Divinópolis: 23 pacientes na UPA rejeitaram vaga fora da cidade

Prefeitura alerta que situação agrava lotação da UPA

Vinte e três pacientes internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, em Divinópolis, rejeitaram, em julho, uma tranferência hospitalar, tanto para enfermaria quanto para CTI, para fora da cidade. A decisão, segundo a Prefeitura, agrava a superlotação ma unidade. Diante da situação, a atual administração publicou uma nota em que detalha o cenário, o qual classifica como "extremamente grave".

— Tal fato tem ocorrido com frequência e tem trazido consequências graves ao acesso dos pacientes, em tempo hábil, a um leito hospitalar — explicou.

A UPA é referência para atendimento dos casos de urgência e emergência na microrregião (Araújos, Carmo do Cajuru, Perdigão, São Gonçalo do Pará e São Sebastião do Oeste).

Recusa

Quando um paciente recusa a transparência, alera a atual administração, ele continua a ocupar o leito na UPA, ou seja, "restringindo o acesso de outro usuário que poderia estar ocupando aquele mesmo leito, ficando esse paciente alocado em um leito na Unidade de Urgência e Emergência por mais de 24 horas, o que por regra, não deveria acontecer".
 
— Essa recusa de vaga ocorre quando pacientes têm sua vaga disponibilizada pela Central de Regulação de Leitos em determinado hospital, fora do município de Divinópolis, que detém recursos para atender a complexidade que aquele caso exige. A recusa é feita de forma voluntária, geralmente pelo acompanhante ou familiar do paciente, seja por um contexto social ou por exigência do mesmo em permanecer internado em um hospital do seu próprio município — detalhou.

O resultado, afirmou a Prefeitura, é a alta ocupação da UPA.
  
— Essa atitude contribui, sobremaneira, para a alta ocupação da UPA Divinópolis, impactando de forma negativa na prestação de serviços das equipes de enfermagem e médica da unidade.
 
Apenas neste mês de julho, foi registrada pela Semusa, 23 recusas de transferência de pacientes que estão na UPA 24h Padre Roberto em Divinópolis, para hospitais de outros municípios, que dispõe de serviços de Alta Complexidade, leitos de UTI e de enfermaria, em cidades  como Luz, Lagoa da Prata, Bom Despacho, Formiga, Campo Belo, entre outras.
 
— Autoridades e técnicos da Semusa, acompanham rotineiramente, pelos canais de mídia e redes sociais, pacientes e familiares clamando por vagas em hospitais e, não raro, judicializando a saúde para ter acesso ao tratamento hospitalar demandado. É sabido que os hospitais conveniados da rede SUS padecem com a escassez de oferta de leitos, sejam eles de enfermaria ou, principalmente, de CTI. A abertura de novos leitos depende em suma da União e do Estado e, esse déficit ocasiona a superlotação dos leitos existentes — acrescentou. — Nesse cenário, onde tantos outros estão na busca de uma internação para si ou para seus familiares, é desconexo e por vezes irresponsável, que a recusa por leitos hospitalares, aconteça.

Aceitar

Por fim, o Executivo solicita aos pacientes que não rejeitem eventual transferência hospitalar, "garantindo, com isso, acesso a mais pessoas e melhoria da rede assistencial". O coordenador da Central de Regulação de Leitos da Macro Oeste, Cláudio Fernandes de Castro, ressalta que esse fato traz consequências extremamente negativas para toda a macrorregião e, principalmente, para os usuários da UPA Divinópolis.

— Ao recusar o leito disponibilizado, o paciente, muitas vezes, perde a chance de acesso a um serviço muito mais resolutivo que aquele em que ele se encontra, com acesso a recursos assistenciais e tecnológicos não disponíveis em uma UPA. Essa recusa e o tempo de espera para uma vaga no próprio município, que muitas vezes não é disponibilizada em tempo hábil pelos motivos já citados acima, pode fazer toda a diferença para um bom desfecho daquele caso — finaliza a Prefeitura.

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