Divergência

Preto no Branco

Os ataques aos três Poderes em Brasília continuam pautando publicações e causando discussões em todo o País. A cada dia novos desdobramentos, alguns assustadores, como vários invasores terem antecedentes criminais, até pessoas idosas. Mas chama atenção também o ponto de vista de políticos apoiadores e contrários ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em Minas Gerais, por exemplo, deputados da atual legislatura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) não comungam da mesma opinião, quando se trata de punições aos presos e investigados nos ataques do dia 8 de janeiro às sedes dos principais poderes do Brasil. Uns defendem que os invasores sejam punidos por atos terroristas — da bancada que apoia o atual presidente— outros resumem os crimes a apenas protesto pacífico, que os infiltrados foram responsáveis, — apoiadores de Bolsonaro. E assim vai seguir por um bom tempo, visto que o interesse da maioria não é defender A ou B, e sim se aproveitar da situação para ganhar holofotes. Os políticos brasileiros são assim, e mesmo se tratando de assunto de tamanha gravidade, não fará com que eles tomem vergonha na cara. 

Crise interna 

Enquanto isso, sem representantes no Legislativo federal - não conseguiu eleger nas eleições do ano passado -, os políticos mineiros pedem um help ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, em constantes idas a Brasília. O assunto dos encontros na capital federal é um só: o comando do Diretório Estadual do partido, que tem passado por intensa crise interna,  visto que não conseguiu reeleger seu único nome forte no Estado, o atual presidente da sigla, Vilson da Fetaemg. Alguns nomes de peso vêm sendo sondados, entre eles, o montesclarense Saraiva Felipe, ex-deputado e atualmente do PSB e o também ex- e apoiador do presidente Lula (PT), Anderson Adauto. E a busca tem fundamento, apesar de não ter nenhum nome na Câmara Federal, o partido manteve uma cadeira na ALMG, com Neilando Pimenta, e possui aproximadamente 40 prefeitos, um deles, o de Carmo de Cajuru, Edson Vilela, referência da legenda na região. E, além disso, ainda debate internamente, e busca meios de expulsar chefes do Executivo que apoiaram a reeleição de Bolsonaro, inclusive Vilela. Ou seja, o PSB começou o ano literalmente com o pé esquerdo, mas porque deixou de chutar com o direito boas oportunidades lá em 2022.

Mérito de Cleitinho 

Em meio a tanta conta a ser paga no início do ano, em pelo menos uma, o contribuinte mineiro terá um fôlego. Os proprietários de veículos vão pagar menos pelo licenciamento de veículos em 2023 graças a uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), de autoria do ex-deputado e agora senador Cleitinho Azevedo (Republicanos).  O valor da Taxa de Renovação de Licenciamento Anual de Veículos (TRLAV) a ser pago neste ano é de R$ 33,66, o que representa uma redução de 75% em relação aos R$ 135,95 cobrados no ano passado. Em suas alegações, Cleitinho considerou indevida a cobrança porque o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV) passou a ser digital, o que eliminou os custos com a impressão e o envio do documento pelo Detran-MG. À época, o divinopolitano teve o apoio não somente de boa parte da bancada da ALMG, mas de toda a população mineira, especialmente de donos de carros, que já têm uma despesa gigante com outros impostos e gastos gerados pelos veículos. Sem dúvida, um dos posicionamentos fundamentais que contribuíram para uma votação significativa que o levou ao Senado. 

Dá com uma mão...

Se, de um lado, o projeto de Cleitinho vai aliviar  o bolso do contribuinte, do outro, não se pode dizer o mesmo. A alta no valor do IPVA 2023 pegou muita gente de surpresa, com aumentos de até 44% no valor do imposto. É aquele famoso ditado: "Dá com uma mão, tira com a outra". Menos mal que o licenciamento mais barato vai ajudar e muito. E quem tiver com a grana pronta, a guia para pagamento da taxa de licenciamento está disponível no site da Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG). Como esses são poucos, o parcelamento em três vezes com certeza será a opção da maioria, que, cá para nós, ainda custa a pagar. Com tantos impostos e os mais caros do mundo, dar conta de pagar já é motivo de comemoração. 



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