Discussão acalorada entre Kaboja e Roger Viegas leva veterano ao hospital

Parlamentar teve forte dor de cabeça após debate sobre discordâncias em votação de projeto do Diviprev

Bruno Bueno

Uma discussão acalorada entre os vereadores Roger Viegas (Republicanos) e Rodrigo Kaboja (PSD), ocorrida durante a 52ª Reunião Ordinária, na tarde de ontem, levou o parlamentar atuante há quase três décadas na Câmara para o hospital. Segundo informações de membros do Legislativo, o vereador teve uma forte dor de cabeça e precisou ser levado por precaução.

Entenda o caso

O debate entre os vereadores começou após o projeto nº 07 da reestruturação do Diviprev, que altera a Lei Complementar n° 009/2021, de 3 de dezembro de 1992, para fins de atender ao disposto na Emenda Constitucional n° 103, de 12 de novembro de 2019, ser prejudicado com uma emenda do vereador Rodrigo Kaboja (PSD), fazendo com que a proposta não estivesse apta para votação.

Roger Viegas criticou a atitude de Kaboja, afirmando que os vereadores tinham realizado um combinado cordial para votar os projetos de nº 06 e nº 07 juntos.

— Havia um combinado cordial feito pelos vereadores em público. O parlamentar Rodrigo Kaboja falou nos bastidores que não gostaria que o projeto 07 não fosse aprovado de forma alguma. Gostaria de convidar o nobre vereador para debatermos o projeto para que eu não vote o 06 e não o 07, já que ele protocolou a emenda e deixou o projeto prejudicado — disse.

Kaboja rebateu o vereador, afirmando que não realizou qualquer tipo de acordo com os outros parlamentares. Ele também ressaltou que o projeto prejudica os comissionados.

— Eu não fiz acordo nenhum com o senhor ou com a Mesa. Eu não quero prejudicar quem eu tanto ajudei: os comissionados que se doam para a Casa e a Prefeitura. Não será a administração do Gleidson que vai tirar com meu voto. Comissionado: estou com vocês! Eles querem acabar com o biênio, triênio, férias-prêmio é para isso e muito mais — relatou.

Exaltou

Na continuidade de seu pronunciamento, Kaboja se mostrou bastante exaltado e afirmou que tem acordo somente com os servidores, não possuindo vínculo com a Mesa.

— O 06 eu votarei favorável, mas o 07 eu não tenho acordo com os vereadores, mas, sim, com minha consciência! Eu tenho acordo com os comissionados que me colocam aqui! Eu represento os servidores efetivos! Não vou votar nada para tirar nada deles, não tenho vínculo com nenhum vereador e muito menos com a Mesa Diretora — enfatizou.

Viegas, em sua tréplica, disse que não fez combinado com o vereador e que não quer realizar qualquer tipo de acordo com o parlamentar.

— Em momento algum, Kaboja, eu disse que tinha um acordo com sua pessoa. Foi debatido na última reunião que os dois seriam votados juntos a pedido do próprio Sintram. O senhor não se manifestou contrário, então ficou de acordo, foi o que eu quis dizer. Longe de mim querer acordo com sua pessoa — afirmou.

Coragem

Ele também pediu que o vereador tivesse coragem de admitir que, segundo Viegas, apresentou uma emenda propositalmente para que o projeto não fosse votado.

— Eu quero que você tenha coragem de dizer o que você afirmou nos bastidores, que iria apresentar uma emenda para prejudicar o projeto. Eu simplesmente queria que os projetos fossem votados juntos. Teatro para cima de mim não! Eu não sou moleque — disse.

Por fim, Viegas disse que Kaboja não tem embasamento para discutir os projetos e ainda o criticou por estar sem máscara no plenário.

— Eu tenho poder de voto assim como o senhor, sou inviolável com as palavras. Você tem sua opinião e eu tenho a minha. Eu só quis debater de forma elegante. Mais uma vez, com seu desequilíbrio emocional, você mostrou que não tem embasamento para discutir. O senhor está sem máscara, coloque, porque na sua idade a vacina não é totalmente eficaz e o vírus ainda está matando — ressaltou.

Aprovado

Mesmo com a discussão acalorada, o projeto de Lei Complementar nº 06, que trata sobre aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, abono família, salário-maternidade e auxílio-reclusão, entre outros aspectos envolvendo os servidores do Município, foi aprovado por 13 votos favoráveis e um contrário. 

Em sua justificativa de voto, o vereador Hilton de Aguiar (MDB) criticou a postura da Mesa Diretora com a condução dos trabalhos. Para ele, a votação do projeto deveria ter sido suspensa quando Kaboja passou mal na Câmara.

Estado de saúde

Por volta das 20h de ontem, o Agora recebeu informações de que o vereador Rodrigo Kaboja já estava bem e se recuperava em casa. Segundo avaliação médica, ele teve queda de pressão.

 

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