Dirceu Lopes lança biografia em Divinópolis

 

Bruno Bueno

Jogadores de futebol que fazem história são condecorados com apelidos marcantes. Pelé, por exemplo, recebeu o título de Rei. Muitos anos depois, Ronaldo foi abençoado com a alcunha de fenômeno. Dirceu Lopes Mendes, um dos maiores jogadores da história do Cruzeiro, também não fica de fora.  “O príncipe", como era chamado, cravou seu nome na história da Raposa e da Seleção Brasileira.

O título de sua biografia, escrita por Pedro Blank, leva seu apelido imortal, com detalhes inéditos de sua trajetória dentro e fora dos gramados. O jogador estará em Divinópolis hoje para apresentar o livro.

 Começo

 Natural de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, Dirceu Lopes Mendes nasceu dia 3 de setembro de 1946. Revelado pelo Cruzeiro, começou no futebol em 1963, onde ficou até o fim da década de 80.

O ex-meia do Cruzeiro voltou às origens e atuou recentemente como secretário de Esportes da Prefeitura de Pedro Leopoldo, cidade onde vive atualmente. Recém-operado do coração, Dirceu é visto diariamente caminhando pelas ruas do bairro que leva seu nome.

Ídolo azul

610 partidas, 223 gols e 13 títulos. Os números contam a história do terceiro jogador com maior número de partidas e o segundo maior artilheiro do Cruzeiro. Em mais de uma década no clube, foi pentacampeão mineiro entre 1965 e 1969, campeão brasileiro em 1966, tetracampeão mineiro entre 1972 e 1975, e vencedor da Taça Libertadores em 1976.

Ao lado de Tostão e Piazza, derrotou o Santos de Pelé ‒ à época, um dos melhores times do mundo ‒ com um sonoro 6 x 2, para vencer a Taça Brasil de 1966. Foi após essa partida que ganhou o apelido de príncipe, ou seja, o sucessor do rei. Também já foi chamado de “Pelé Branco”.

Habilidoso, veloz e impiedoso. Dirceu, com apenas 1,62 metro, tinha como principal característica arrancar pelo meio de campo com a bola dominada até a área adversária. Dessa forma, vencia seus marcadores com felicidade para marcar gols que estão eternizados na memória dos cruzeirenses.

Antes de encerrar a carreira, ainda jogou pelo Fluminense e Uberlândia, mas foi no Cruzeiro que fez história. Na Raposa, foi eleito Bola de Prata pela revista Placar em 1970, 1971 e 1973, além de Bola de Ouro em 1971.

Ausência

Dirceu tem apenas uma pequena decepção em sua magnífica carreira. Apesar de seu talento incomparável, o príncipe nunca jogou uma Copa do Mundo. Jornalistas e historiadores elencam a sua ausência como imperdoável.

O talento celeste teve sua grande oportunidade em 1970. Com o técnico João Saldanha, era constantemente convocado no preparatório para o Mundial. O treinador saiu e foi trocado por Zagallo, que decidiu cortar o príncipe da disputa. A Seleção Brasileira terminou campeã do torneio.

Em 1974, no fim de sua carreira, Dirceu também não recebeu oportunidade para disputar o Mundial na Alemanha. Seu último jogo pela Seleção Brasileira foi em 1975, em um clássico contra a Argentina. Na ocasião, Nelinho marcou os dois gols do Brasil. Dirceu afirma não guardar mágoas sobre o período. 

História eternizada

A magnífica história de Dirceu Lopes foi eternizada em uma biografia escrita por Pedro Blank. O príncipe celeste estará hoje em Divinópolis para apresentar o livro. O evento acontece na Cervejaria Savassi, às 18h30. O ídolo também apresentará a Taça da Libertadores da América de 1976 e sua Bola de Ouro.

 

Antes, Dirceu Lopes concede entrevista exclusiva ao Jornal Agora. A live acontece às 14h, por meio do Instagram, e estará disponível posteriormente em todas as redes sociais.

 

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