Diesel volta subir devido à cobrança da alíquota do PIS/Cofins

Retorno dos impostos é para bancar desconto que foi dado na compra de carros novos

 

Jorge Guimarães 

Com a volta da cobrança, de uma parte da alíquota do PIS/Cofins, a partir desta terça-feira, 5, sobre os preços do diesel, o combustível ficará cerca de R$ 0,11 mais caro por litro. E no próximo mês, em outubro, haverá um novo aumento de R$ 0,13 por litro. A retomada integralmente da cobrança do PIS/Cofins sobre diesel e biodiesel será em janeiro de 2024. O retorno da cobrança dos impostos é para bancar o desconto que foi dado na compra de carros novos, referente ao programa de incentivo do governo federal. 

Preços

Em Divinópolis, segundo levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em nove pontos de vendas, na última semana, o preço do diesel S10, estava em R$ 5,28, o mais barato em R$ 4,88 e o mais alto encontrado ficou em R$ 6,29. 

A reportagem pesquisou ontem, em seis estabelecimentos e os preços não foram muitos diferentes, questões de centavos, em relação aos dados da ANP, em pesquisa realizada entre os dias 28 de setembro e 2 de setembro. 

— Este aumento já era esperado pois, o governo já tinha pré-estabelecido essa volta gradual da cobrança do PIS/Cofins, em cima do diesel. Mas, é de se preocupar, porque este aumento terá impacto direto ao longo de toda uma cadeia produtiva do país e, em especial, nos transportes — avaliou o economista, Leandro Maia. 

Já para o gerente de ponto de vendas, Alexandre Cristiano de Oliveira, os preços somente serão alterados nas bombas depois de receber nova entrega do combustível e, ainda, ver como vai ser a posição da distribuidora quanto ao repasse do aumento aos consumidores. 

— Temos que esperar, como de costume, o recebimento de nova remessa do diesel e ver com a distribuidora de como vai ser a estratégia do repasse do aumento nas bombas. Não devemos passar de uma vez, haja visto que já para o próximo mês , teremos outro aumento. Como o mercado é de livre concorrência, temos que ficar de olho para não perdemos clientes — avaliou Alexandre.

Sindicato

Em meio a tudo isso, a diretoria do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) esteve nesta terça-feira, dia 5, mobilizada em Brasília tratando da questão das mudanças na Lei dos Caminhoneiros feitas pelo Supremo Tribunal Federal (STJ).

O presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes, se reuniu com o advogado-geral da União, Jorge Messias, em busca da intermediação do órgão para barrar as mudanças na Lei dos Caminhoneiros (Lei 13.103/15) feitas pelo (STF). Reunião que também contou com a participação de dirigentes de entidades representativas dos transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo de outros estados. 

— Na reunião, foi protocolada uma carta, assinada por diversas entidades, onde colocam as dificuldades que as mudanças na Lei dos Caminhoneiros poderão acarretar, tanto aos transportadores quanto aos motoristas. Esperamos que a intermediação da Advocacia Geral da União (AGU), nos ajude a chegar a um consenso com o STF, para revogação das medidas — informou Irani.

De acordo com ele, a insatisfação com relação às mudanças da Lei dos Caminhoneiros é geral entre os transportadores. 

— Se nada for feito, o setor pode entrar em colapso e uma greve geral não está descartada — finalizou.

A reportagem tentou falar com o presidente do Sindtanque, mas como estão ainda em Brasília, não obteve retorno até o fechamento desta página, por volta das 17h . 

 

 

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