Diesel ultrapassa 70% dos custos do frete em Minas Gerais

Presidente de sindicato convoca transportadores e consumidores a irem às ruas pela redução dos preços dos combustíveis

 

Da Redação

Desde que a Petrobras adotou a atual política de reajuste de preços dos combustíveis, em 2016, os transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo vêm acumulando uma série de prejuízos.

Com a queda da demanda de transporte no início da pandemia do novo coronavírus e os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, a situação dos tanqueiros se agravou ainda mais.

— Hoje, empresas estão falindo e bancos estão tomando caminhões porque transportadores não estão conseguindo mais se sustentar ou pagar a prestação dos veículos. Além disso, contratos estão sendo quebrados pelos tomadores de serviços, porque também não estão aguentando pagar. Em meio a isso tudo, o diesel, insumo mais oneroso para os transportadores, já ultrapassou 70% do valor do frete — explica o presidente do Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes.

— De quem é essa conta, quem estaria ganhando com toda essa situação, que tem prejudicado não só aos transportadores, mas também a todos os consumidores brasileiros? —  questiona o presidente. 

 

E responde.

— O transportador não é culpado pelos aumentos dos combustíveis. Também somos vítimas desses reajustes e não estamos conseguindo arcar com os altos custos do diesel que consumimos — diz.

— Será que só querem ganhar dinheiro, com essas alíquotas altíssimas do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis? Será que só querem arrecadar impostos, enquanto os acionistas da Petrobras recebem uma fortuna em cima dos combustíveis? Pedimos socorro — insiste o dirigente por ajuda dos governos.

 

Empresa

Para Irani, cada caminhão rodando nas estradas é como se fosse uma empresa, devido ao grande volume de impostos, taxas e insumos que têm que pagar.

— Além do combustível, temos custos com tributos, lubrificantes, pneus, peças, mecânico... Temos pais de família buscando seu sustento — argumenta.

— Não dá para continuarmos vendo todo mundo morrer abraçado, enquanto o governo arrecada cada vez mais e a Petrobras lucra uma fortuna. Por isso, convocamos os tanqueiros, transportadores das demais modalidades e a população para irmos às ruas protestar. Os governos precisam diminuir os impostos e a Petrobras tem que reduzir seu lucro, para que os preços dos combustíveis baixem urgentemente — conclui o presidente do Sindtanque

 

ICMS

As alíquotas do ICMS dos combustíveis em Minas Gerais são de 31% na gasolina; 16% no etanol e 14% no diesel. A proposta de redução do ICMS dos combustíveis em Minas Gerais é de 20% para a gasolina; 10% no etanol e 9% para o diesel.

 

Comentários