Devolva o pirulito!
Maria Cândida
Ainda há sobreviventes que, como eu, se lembram daquele espaço que havia ao lado do Santuário, novinho em folha que, por iniciativa de abnegados e sonhadores com pés bem calçados, sonharam acordados de que aquele espaço agora, então, aguardava uma praça. O arquiteto Aristides Salgado, recém-formado, e companheiros se puseram em campo e o sonho transformou-se em realidade. Daí que lá estava a pracinha, agora ainda mais, com um monumento de nome pomposo de obelisco, onde crianças felizes faziam roda, cantavam, dançavam e também adultos faziam roda e cantavam e rezavam e eram felizes.
Mas a alegria cedeu lugar a uma decepção e tristeza, vez que, certo dia, tiveram a decepção de saber que o pirulito ou obelisco, quase novinho, havia desaparecido. Custaram acreditar. Fizeram promessas, rezaram, chamaram a polícia, fizeram mais promessas, feitiço até, e nada… Inacreditável! Teria sido inveja que o povo de Itaúna sofria de nós? Feitiço mesmo? Quem seria?
Maria Cândida, que nesta ocasião mantinha coluna jornalística no jornal A Semana, registrara o ocorrido com fotos, muitas fotos, com a cova onde o pirulito morara e enfeitara por algum tempo... Nada!
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Devolva o relógio!
E também o roubo impune na rodoviária da Cidade do Divino convidava. A impunidade convidava a novas aventuras, daí que a nova sede da praça Rodoviária, recém-inaugurada com tanto carinho, amanheceu sem o grande relógio trazido da Europa.
Cadê o relógio recentemente pregado na rodoviária? No alto, ele enfeitava e ajudava os viajantes pelo Oeste Mineiro.
Que vergonha! Ontem, roubaram um obelisco inteiro de uma vez... Hoje, levaram o relógio novo da rodoviária de Divinópolis, que orientava os viajantes...
É... A Cidade do Divino não andava nada divina...
…E a impunidade andava solta na cidade do Divino...
Cadê o dinheiro da Educação?
Agora, a novidade ganha espaço: as contas de compras na Educação não fecham....
Compras de mercadoria para a Educação não batiam, enquanto construção de particular vizinho crescia a olhos vistos...
A compra de material na Educação não fechava. CPI ensaiada fala, segundo seu presidente vereador Josafá Anderson, é de R$ 8 milhões se a pesquisa fosse mais estudada.
Como assim, uma compra dessa natureza corre solta?
Ninguém checa? Ou checa de brincadeirinha...
Autoridades do ramo ensaiam, mas não apuram matematicamente como o necessário e certo… Correm verdades e boatos… Custos de material escolar verificados não batem… Quem confere? A quem interessa apurar a verdade sobre a situação? A quem serve o obscurantismo e a distorção e o silêncio mascarando uma apuração séria? Afastamento de possíveis indiciadas começa e não vai ao fim. Torcidas beirando à inconveniência se formam e não prosseguem. Torcidas organizadas nascem insufladas e não vão adiante. Afastamentos se armam e desarmam...
Nomes, acusações, desafios e desconfianças começam e desaparecem no meio do caminho... Enfim, resta e insiste a pergunta:
por que a causa não prossegue com a mesma intensidade e seriedade inicial?
Parou por quê? Por que parou?
E sobretudo: a quem serve o crime e a quem serve sua parada?
Amigas e comadres renovam votos de amizade e sinceridade...
Juras de honestidade e capacidade se renovam...
A quem interessa um fim sério da apuração dos culpados?
A quem interessa uma mudança de assunto e o fim do assunto?
Que vergonha e indecência, uma feiúra destas logo na Educação...
Divinópolis está mesmo virando uma cidade pouco respeitável:
rouba-se um obelisco da praça,
rouba-se um relógio da rodoviária,
desaparece e rareia verba destinada a compras na Educação e fica tudo por isso mesmo...
Eu, professora e jornalista, peço empenho e seriedade na apuração de tudo para que não vire mais uma lamentável comédia bufona brincando de seriedade e cobrindo malversação de dinheiro público com apurações de brincadeira e até deboche, mas, sim, que se vá até o fim do enredo dessa denúncia e se assumam as consequências.
Roubou-se um obelisco em praça pública de Divinópolis...
Roubou-se um belo e valioso relógio na Estação Rodoviária...
E agora... A misteriosa prestação de contas de verba da Educação...
Autoridades nossas que militam na Educação de uma forma ou outra, não podemos deixar que nossa cidade perca a bela adjetivação de Divina, mas que levem até o fim a verdade sobre esse “mistério” de dinheiro da Educação desapareça dando lugar a “arranjos”. Nossa Divinópolis não pode sofrer essa humilhação da invencionice, mentira e vergonha!