Denúncia contra Anderson da Academia não tem prosseguimento

Fato remete a CPI que investiga a troca de lotes próximos ao campo do Guarani

 

 

Da Redação

O clima de tensão segue pautando os debates na Câmara. Desta vez, o vereador Edsom Sousa (Cidadania) denunciou que Anderson da Academia (PSC) teria tomado uma decisão unilateral na “CPI da Permuta” que investiga a questão dos lotes em frente ao campo do Guarani.

A CPI foi solicitada por Edsom e presidida por Anderson. A denúncia foi feita à Câmara com cópia ao Ministério Público (MP), que a arquivou. 

Edsom alega que as decisões tomadas pelo presidente da comissão foram contra as diretrizes do colegiado e violam o Regimento Interno da Casa. 

No relatório de comissões, Anderson garante ter a prerrogativa de acatar ou não os pedidos dos membros da comissão. 

Entenda a CPI 

Em agosto do ano passado, foi aprovado o Projeto de Lei EM nº 055/2022, que autoriza o Poder Executivo a conceder 14 lotes para a Supra Empreendimentos em troca do terreno que fica em frente ao campo do Guarani, o estádio Waldemar Teixeira de Faria, o "Farião".

O terreno tem 9.722,21 m², e em 2022 tinha o valor de R$ 830.000,00 e a articulação foi toda de Edsom Sousa. 

Outros parlamentares alegaram que a Prefeitura sairia prejudicada na troca dos lotes, uma vez que os demais terrenos ficam localizados próximo ao Hospital Regional. Com isso, os lotes seriam valorizados após a conclusão das obras. Edsom chegou a ser denunciado no MP. 

O parlamentar solicitou a CPI, a fim de apurar a denúncia e investigar a situação. 

Decisões unilaterais

Por meio do ofício 236/2023, Edsom alegou que Anderson agiu de modo unilateral durante reunião da CPI em questão, no dia 16 de outubro último.

Em entrevista ao Agora, ele disse que o presidente da comissão não cumpriu os trâmites do cargo. 

— O vereador Anderson mandou não acatar um requerimento. Uma decisão na CPI é uma decisão colegiada e não monocrática. O presidente não pode pegar uma decisão e não acatar — relatou. 

Edsom alega ainda que Anderson contrariou o Regimento Interno e o Supremo Tribunal Federal (STF) acerca de deliberações em Comissões Parlamentares de Inquérito. 

— Eles não queriam que fosse investigado o que de fato aconteceu. Eu enviei a denúncia ao MP como forma de o órgão ver o que está acontecendo aqui na Câmara — acrescentou. 

Relatório de comissões 

Durante a reunião da última terça-feira, 7, Anderson leu o relatório e se defendeu. 

— Eu, como presidente, sempre agi de maneira firme e imparcial, procurando elucidar os fatos. [...] Ali, eu figuro como magistrado e tenho a prerrogativa de acatar ou não as deliberações apresentadas pelos membros da comissão — destacou. 

Para ele, interesses pessoais não devem se sobrepor aos da comissão. 

— Firmamos que a comissão não serviria para satisfazer desejos pessoais de nenhum vereador, e sim para trazer à tona a verdade dos fatos sobre o projeto EM-055/2022, se este é desvantajoso ou não ao interesse público — pontuou Anderson.

Decisão do MP 

O Ministério Público expôs a decisão em relação à denúncia. 

— Após detida análise da representação, conclui-se que não deve ser instaurado procedimento preparatório ou inquérito civil, com o consequente encerramento dessa notícia de fato — destacou o documento. 



 

 

 

 

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