De joelhos, Gleidson implora Zema por hospital regional para desafogar UPA

Obra está paralisada desde 2016; indenização da Vale asseguram conclusão

Matheus Augusto

Dois anos viraram quase dez. Em 2010, o hospital regional em Divinópolis começava a ser erguido com a expectativa de ser entregue dois anos depois, em 2012. Após uma série de interrupções por falta de recursos, a obra foi suspensa em definitivo em 2016. Desde o ano passado, no entanto, o Estado assegurou, por meio da indenização bilionária da Vale, os recursos. A obra, porém, continua parada, e o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) voltou a cobrar a conclusão da unidade.

Em vídeo publicado nesta quarta-feira em suas redes sociais, o prefeito aparece de joelhos, em frente ao hospital inacabado cobrando a retomada da obra.

— Estou aqui de joelhos para implorar, suplicar, para que, o mais rápido possível, esse hospital possa ser terminado — afirmou.

A publicação mostra cenas recentes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade, onde pessoas estão à espera de atendimento. Conforme mostrou o Agora em reportagem recente, a procura por atendimento aumentou consideravelmente com a alta de doenças respiratórias. O centro de triagem instalado no local também gerou grande procura.

— Vocês viram a situação da UPA. Por isso eu estou pedindo socorro. (...) A UPA está superlotada, o sistema está totalmente sobrecarregado — explicou Gleidson.

Ainda sobre a unidade, Azevedo disse que a demanda sobre o serviço deve continuar alta.

— A UPA vai continuar lotada, com o vereador gravando vídeo. Todo mundo vai para a UPA, é só lá que a população tem para ir. São Gonçalo vai para lá, Cajuru vai para lá. E temos aqui esse hospital para terminar e tem o dinheiro, que é o mais difícil. 

Para o chefe do Executivo, a estrutura inacabada é um “tapa na cara da população”.

— Já foram milhões de reais investidos e agora tem o dinheiro para terminar — afirmou, em referência aos recursos assegurados pelo governo estadual através da indenização bilionária da Vale.

O prefeito disse, ainda, que voltará a falar sobre o tema apenas quando a construção for finalizada.

— Só volto aqui quando estiver pronto. 

No vídeo, ele ainda aborda a importância do governador “fazer diferente” e terminar a obra.

— Não estou aqui para falar que fulano é culpado, ciclano é culpado. O Zema não é o culpado, só que agora a gente tem a oportunidade de fazer diferente e terminar. O dinheiro está na conta. Não pode uma obra dessas ficar parada por parte burocrática — aponta.

Seu desejo, expressa na publicação, é que o Estado, responsável pelo processo, inicie a licitação e, apenas então, inicie a devida investigação dos problemas passados. 

— Vamos licitar, terminar, depois a gente vê se tem culpado, alguém que fez alguma coisa errada, se o convênio não terminou. O importante agora é terminar e salvar vidas. Chega de parte burocrática.

Por fim, Gleidson disse contar com o apoio do governador para terminar a obra.

Quase pronto

A estimativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) é que cerca de 61% da estrutura física esteja pronta. Concluída, a unidade seria referência para para a Macrorregião Oeste e sua população de 1,2 milhão de pessoas. Cerca de 200 leitos de UTIs estavam previstos no projeto inicial.

O Agora entrou em contato com o órgão estadual para saber detalhes do processo e a previsão para retomada das obras. Até o fechamento desta página, por volta das 18h, ainda não havia resposta.

 

 

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