Cruzeiro não mereceu perder

Batendo Bola

 

José Carlos de Oliveira

 

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Cruzeiro não mereceu perder

Clássico bom é assim mesmo. Surgem assuntos para toda a semana, e a polêmica ainda durará até o próximo encontro entre os dois rivais, que, a continuar com a mesma toada de agora, deve acontecer ainda este ano, na decisão do Campeonato Mineiro, num jogo único e sem vantagem para nenhum dos lados. E aí já será com a presença do árbitro de vídeo, para não dar margem ao azar. 

Que seja campeão quem for realmente melhor durante os noventa minutos de bola rolando, e não por favorecimento pelo dono do apito.

 

Pênalti polêmico

Partida já caminhando para a reta final, com a Raposa vencendo por 1 a 0 e o juiz Igor Benevenuto me marca um pênalti no mínimo duvidoso (eu continuo afirmando que não foi nada, que a jogada foi na bola, e depois, sim, há o toque, com o Hulk ainda fazendo cinema para cair – pode até ser contratado como ator por alguma TV), muda a história da partida e agora tenta se fazer de vítima, de perseguido. Menos, mané, bem menos. Não quer ser cobrado larga o apito. 

A jogada entre Oliveira e Hulk ainda vai render por muito tempo, e que cada um fique com sua opinião. Eu falo que não foi nada e continuo com minha opinião.

 

Venceu, mesmo perdendo

E querem saber da maior? No clássico de domingo só teve um vencedor, e este foi o Cruzeiro, mesmo que o placar tenha lhe sido adverso. Antes de a bola rolar, a infinita maioria dos comentaristas (e até parte das torcidas) já cravava vitória do Galo, e o jogo seria apenas para se saber de quanto seria o placar. Mas, com a bola rolando, não foi isso que se viu. O Cruzeiro foi soberano em campo, jogou de igual para igual com o milionário time alvinegro e poderia ter saído com a vitória, não fosse o dono do apito.

 

Filipe Ferraz fazendo história

Que o time masculino de vôlei do Cruzeiro é o projeto mais vitorioso do esporte brasileiro é algo que ninguém questiona e nem duvida. E muitos até tentam (sem nunca conseguir) copiar, mas sem nunca conseguir. Porém a forma como as coisas acontecem para o lado estrelado é, sim, algo a ser anotado em livro e estudado por anos por todos os esportistas. Muda elenco, muda treinador e a equipe azul continua fazendo história, continua imbatível.

Mas o caso do novo treinador Filipe Ferraz é um capítulo à parte. Entrou no lugar do campeoníssimo técnico argentino Marcelo Mendez, sem nunca ter dirigido time algum. Para muitos ele teria sido jogado numa fogueira, estava numa roubada. Abandonar a quadra, como jogador, e assumir de cara o time estrelado era algo impensável e, para a maioria, uma aposta que tinha tudo para dar errado. 

Mas a curta trajetória de Filipe no comando da Raposa nos mostra apenas que para alguns a oportunidade chega é na hora certa e agarrá-la é tudo que podem fazer.

 

Sucesso absoluto

Mas nem o próprio Filipe, e muito menos a direção do time masculino de vôlei da Raposa, poderia esperar que o sucesso viesse tão rápido. Em oito meses sob seu comando, o Cruzeiro do novo treinador ganhou nada menos que quatro títulos (de cinco possíveis) e com direito a um mundial no meio do caminho, jogando contra os maiores times e jogadores do mundo. Querer mais do que isso já seria pedir demais.

 

Oito vezes campeão

Na final do fim de semana, na decisão do Sul-americano de vôlei, enfrentando nada menos que o time do Minas Tênis Clube, todos esperavam um duelo equilibrado, um 3 a 2 para qualquer um dos lados, mas nunca o baile que foi a partida, com a Raposa vencendo por 3 a 0 e sem dar a mínima chance para os minastenistas. Vencer o clássico, numa final, por 3 sets a 0, e sem deixar os adversários chegar a 20 pontos em nenhuma parcial é, sim, algo a ser enaltecido e estudado pelos amantes do vôlei.

Em seu oitavo título continental, a Raposa mostrou que ainda vai se passar muito tempo até aparecer um time que possa desbancá-lo aqui pelas bandas da América do Sul.

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