Crescem o número de casos e reinfecções de coronavírus
Motivo são as novas variantes e relaxamento nas medidas de segurança
Da Redação
Com o surgimento de novas variantes e a flexibilização das medidas protetivas contra o novo coronavírus, o mundo todo vem apresentando alta nos casos nas últimas semanas e em Divinópolis não é diferente.
Com isso, apesar de raros, alguns casos de reinfecção da doença vêm sendo registrados, como o do vereador Edsom Sousa (CDN), que testou positivo para a covid duas vezes em um período curto de tempo.
Segundo um relatório da Universidade Imperial College London, no Reino Unido, a Ômicron tem uma taxa de transmissão dez vezes mais alta em relação às outras variantes. Além disso, o risco de reinfecção com a ômicron é cerca de 4,38 a 6,63 vezes maior em comparação com a variante delta.
Reinfecção
Apesar de apresentar sintomas mais leves, visto a imunidade prévia do corpo com a primeira infecção, essa chance de reinfecção é real, mesmo com vacinação em dia ou com um diagnóstico anterior de covid-19.
O Agora não conseguiu falar com a infectologista Rosângela Guedes. Porém, em uma de suas publicações nas redes sociais, a médica afirma que a ciência ainda busca mais respostas sobre o tempo entre uma infecção e outra.
— O que se espera é que os anticorpos protetores, após uma infecção, perdurem em um prazo de até 90 dias. Mas a ciência ainda busca respostas. Por isso, todos os cuidados de segurança devem ser mantidos e é muito importante se vacinar — ressaltou.
A epidemiologista Maria Van Kerkhove, líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que há três razões principais para essa reinfecção com a nova variante Ômicron:
- A variante desenvolveu mutações que permitem a ela aderir mais facilmente às células humanas.
- Temos "escape de imunidade". Ou seja, as pessoas podem ser reinfectadas mesmo que tenham tido a doença anteriormente ou tenham sido vacinadas.
- A Ômicron se replica no trato respiratório superior, o que facilita a propagação do vírus, ao contrário das outras variantes, como a delta, que se replicam principalmente no trato respiratório inferior — ou seja, nos pulmões.
Alta nos casos
Apesar da queda de mortes, em comparação com o ano anterior, o mês de janeiro foi marcado pela alta no número de casos no município.
Na Câmara de Divinópolis, além do vereador Edsom, o presidente da casa Eduardo Print Jr. (PSDB), a vereadora Lohanna França (CDN) e mais três funcionários, testaram positivo para o coronavírus.
No fim de semana do dia 15, o secretário de Manutenção e Serviços Urbanos e Agronegócios, Gustavo Mendes, o secretário de Cultura e Esportes, Diniz Borges e o presidente do CIS-URG, José Márcio Zanardi, foram infectados.
No começo da semana, o secretário de Trânsito, Segurança Pública e Mobilidade Urbana, Lucas Estevam, também teve o diagnóstico positivo para o coronavírus.
Ao todo, a cidade registra mais de 128 mil casos da doença.
Flexibilização
A realização de grandes festas, bares lotados e diversas pessoas sem máscaras pelas ruas da cidade pode explicar o aumento no registro de casos nas últimas semanas.
Rosângela Guedes diz também que o aumento tem também relação com a flexibilização.
— Não tem a ver somente com as novas variantes, mas também com um relaxamento da população em relação às medidas de segurança — disse em suas redes sociais.
Vacinação
Além de manter os protocolos de segurança, a imunização contra o coronavírus pode amenizar os sintomas e diminuir ainda mais as chances de reinfecção.
Segundo o médico especialista em saúde pública na Espanha, Salvador Peiró, as reinfecções serão ainda mais raras em pessoas que, além de terem superado a covid e se vacinado, ainda tomaram a dose de reforço.
— Se você tomar duas doses da vacina, após pelo menos três meses, sua proteção contra infecção ou hospitalização cai para cerca de 30% a 40%. Com a dose de reforço, sua imunidade pode chegar a ficar entre 75% e 80% — disse.
Ômicron
A variante ômicron foi inicialmente detectada na África do Sul no fim do ano passado. Desde então, os casos de coronavírus cresceram drasticamente.
Segundo o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, não se deve subestimar a nova variante como mais branda.
— Assim como as variantes anteriores, a ômicron está hospitalizando e matando pessoas. Na verdade, o tsunami de casos é tão grande e rápido que está sobrecarregando os sistemas de saúde em todo o mundo — disse.