Crepúsculo da lei – Ano IV – LXXXV

Da Redação

Efeito Lúcifer é uma teoria comportamental – com elementos da sociologia, da psicologia e da criminologia – a qual dá nome a uma série de experimentos que buscam explicar a maldade humana. Dois desses experimentos se tornaram muito famosos ao ponto de gerarem filmes respectivos: O Experimento realizado por Stanley Milgram, em1961 - Universidade de Yale, EUA, e o experimento realizado por Philip Zimbardo, em 1971 - Universidade de Stanford, EUA.

A primeira experiência (Milgram) fez uso de uma falsa máquina de choques elétricos e os voluntários – sem saber do artefato – eram concitados a promover choques castigantes em uma pessoa (voluntário, um ator que se contorcia de falsa dor) por eventual erro de respostas às perguntas de um teste. O filme é de 2015.

A segunda experiência (Zimbardo) tomou alunos da universidade como voluntários (24) para serem prisioneiros (alguns) e guardas penitenciários (outros), sendo exato que um dos andares da referida universidade foi improvisado com celas. A experiência deveria durar 15 dias, mas não passou do sexto dia (...). O filme é de 2015, também.

Em ambos os casos se colocou em foco a questão da banalidade do mal, ou da maldade, levando-se em consideração que algumas pessoas, pelo fato de estarem em situação ou posição de poder, tendem a deflagrar violência e agressividade exatamente por conta desse acesso, oportunidade o sintoma de poder.

Tais conclusões foram aplicadas aos fenômenos históricos envolvendo campos de concentração (não só judeu), torturas e suplícios, mas também podem ser aplicadas à violência policial, doméstica, trabalhista ou religiosa. Em todos esses casos se constata a referida posição – ainda que momentânea ou ocasional – de poder por parte do autor.

Ora, o Efeito Lúcifer pode ser facilmente verificado na história do Brasil, principalmente na história recente e atual. 

Tal verificação decorre dos experimentos – com êxito- efetivados pela pessoa que ocupa a presidência, e que é conhecido pelo apelido de um palhaço, coisa que não deveria ter graça alguma, pois emite discursos incitando à violência e produzindo estímulos em alguns fanáticos.

Desde o primeiro momento de sua posse – e até antes – o discurso bélico da pessoa que ocupa a presidência vem conclamando “adeptos” para praticas que vão desde o racismo, misoginia e aporofobia, até intolerância religiosa ou violência política. 

Evidentemente que tal pessoa não envia seus mandos violentos de forma direta. Inicialmente ele aparelhou a república (?) com cúmplices, de sorte que não há instituição que faça sê-lo retirado do poder e preso. Ao contrário, ele prossegue e se sente livre e desimpedido para seus atos de chamamento à violência.

De tantas centenas de atos de violência por tal pessoa estimulados – e levando pessoas ao Efeito Lúcifer – é possível encontrar narrativas a todo momento. Um caso recente ocorreu em Foz do Iguaçu – PR.

No dia de seu aniversário (09/07), Marcelo Arruda fazia as comemorações em sua própria casa quando o indivíduo J. J. da R. Guaranho invadiu sua festa, presente toda a família da vítima, e o matou. Simplesmente assim, o homicida era “adepto” do discurso de violência da pessoa que ocupa a presidência.

É um caso claro de Efeito Lúcifer, o qual continua se propagando pelos discursos de violência e ódio da pessoa que (ainda) ocupa a presidência. Infelizmente existem outros “adeptos”e  outros chamados haverão, assim como outros Efeito lúcifer acontecerão, para o receio de tantas vítimas que sofrem na espera por providências das instituições encarregadas de fazer cumprir a constituição.

 

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