CPI, brigas, prefeito e mais: Print avalia 2022 na Câmara

Presidente falou sobre conflitos entre vereadores, relação com prefeito e problemas da cidade

 

Bruno Bueno

 

2022 foi um ano turbulento para a Câmara de Divinópolis. Entre projetos, conflitos entre vereadores e problemas no relacionamento com a Prefeitura, o Legislativo fecha o segundo ano de mandato com momentos marcantes.

 

O presidente da Casa, Eduardo Print Júnior (PSDB), apresentou um balanço sobre os acontecimentos de 2022 e traçou planos para o próximo ano.

 

Balanço

 

Apesar dos problemas, Print considera que 2022 foi um ano positivo na condução dos trabalhos.

 

— É uma das Câmaras com mais projetos na história, não só dos vereadores mas também do Executivo. Tudo foi passado numa discussão muito ampla — disse.

 

Mesmo assim, ele admite que problemas poderiam ter sido solucionados.

 

— Tanta coisa que eu almejei realizar dentro da instituição não consegui devido ainda a essa turbulência toda que é a atual legislatura da Câmara — pontua.

 

Brigas

 

Mais uma vez, a Câmara foi palco de brigas entre alguns vereadores.

 

— Eu exerço uma função muito difícil. Além de gerir as necessidades populares, tenho que  lidar com egos de vereadores. Infelizmente, o ego é muito inflamado e acabam chegando aos extremismos. As discussões são necessárias, mas é preciso respeito — opina Eduardo Print.

 

Flávio Marra (Patriota) e Diego Espino (PSC) chegaram a discutir na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre assuntos relacionados à Câmara. Print relata que, em casos como esse, todo cuidado é pouco.

 

— Quando foge da esfera da Câmara, como no caso de outros vereadores, eu me pauto no diálogo de ambos. A única coisa que posso dizer é que o mandato é seu. Quem faz o julgamento dos seus atos é a população. Cuidado, porque 2024 chega no estalar de dedos — afirma.

 

CPI da Educação

É impossível falar do ano político de Divinópolis sem citar a CPI da Educação. A comissão presidida por Josafá Anderson (Cidadania) investigou a compra de materiais supostamente superfaturados na Secretaria Municipal de Saúde (Semed) e ouviu diversos servidores. Após meses de análise, o relatório feito por Lohanna França (PV) foi engavetado pelos parlamentares.

 

Print disse ter ficado decepcionado com a escolha dos colegas vereadores.

 

— O relatório não incrimina ninguém. Só conta todos os indícios de que houve o superfaturamento na compra daqueles equipamentos. (...) Infelizmente, isso tem que ser reconhecido pela secretária e pelo prefeito como a maior incompetência já vista dentro de uma secretaria de Educação —  salienta o vereador.

 

A compra de diversos “PlayBalls” foi um dos temas mais analisados pela CPI. Para o presidente, o brinquedo é completamente inutilizável e está parado nas escolas do Município.

 

— As crianças não sabem para que servem. Tem passarinhos que fazem ninhos no PlayBall. Custou R$ 10 mil cada um. Vai falar comigo que isso é normal? Um brinquedo inútil. Infelizmente, a gente vai ter que dormir com esse barulho. (...) Podia ter um parquinho de madeira com uma infraestrutura muito mais benéfica para as crianças. Ou até mesmo duas cestas de basquete profissionais para colocar nas escolas — completa.

 

Eduardo e Lohanna

 

Dois vereadores estão de malas prontas para a ALMG. Além de desejar sorte para Eduardo Azevedo (PSC) e Lohanna, Print disse que os dois não podem esquecer que, sem os votos de Divinópolis, eles não seriam eleitos.

 

— Nós temos vários problemas estruturais em Divinópolis na área da saúde, da educação e outras. Que eles possam agregar recursos dentro da cidade não só no financeiro, mas também junto ao governador para que a Divinópolis possa receber empresas e benefícios do estado — ressalta.

 

A duplicação da MG-050, a construção de melhorias no trevo da BR-494 próximo ao Parque de Exposições e outros problemas também foram evidenciados por Print.

 

— Isso tudo passa pela indicação e luta dos deputados — aponta.

 

Reforma

 

A principal meta para os próximos dois anos é ambiciosa. Print pretende reformar o prédio da Câmara, construído na década de 60.

 

— Vários eventos como homenagens e formaturas acontecem dentro da Câmara. É o único local aconchegante que a gente tem para isso hoje. A gente empresta a Câmara para muitas escolas municipais, estaduais e até particulares para que possam fazer ali seu ato de formatura, principalmente no final do ano — justifica.

 

A intenção, segundo ele, é “trazer um pouco mais de aconchego para as pessoas que visitam a instituição”.

 

Saúde

 

Pensando em 2023, Print elencou os principais problemas de Divinópolis para o próximo ano. O principal gargalo, segundo ele, continua sendo a saúde.

 

— Temos dezenas de pessoas aguardando cirurgias. Alguns com mais de um ano de marcação e não conseguem desmembrar. A questão do risco cirúrgico. A pessoa faz, depois desmarcam e ela precisa fazer de novo. Isso está acontecendo sucessivamente — relata.

 

O presidente também reconheceu o bom trabalho do prefeito no setor de infraestrutura, mas ressaltou que “está na hora de abrir um alerta vermelho na saúde, que está deixando a desejar em vários quesitos”.

 

Relação com Gleidson

 

A relação com o Executivo também foi tema da conversa. Crítico das ações de Gleidson durante o primeiro ano de mandato, Print avalia que o prefeito fez uma gestão melhor em 2022.

 

— O Gleidson aprendeu muito. Ele não é o prefeito perfeito, mas aprendeu muito. Aprendeu a lidar com as situações da política divinopolitana de modo geral. Aquela molecagem toda de 2021 foi ficando para trás e vocês podem observar isso no decorrer dos últimos meses — opina.

 

De olho na Prefeitura, o vereador confirmou a intenção de disputar o cargo em em 2024.

 

— Pode ser que sim, eu não descarto. É uma possibilidade grande. É uma construção que a gente vem fazendo ao longo dos últimos 12 anos na política de Divinópolis. (...) Tenho esse desejo, mas quem vai decidir é a população.  Se eles entenderem que estou preparado para assumir esse cargo, com certeza meu nome estará à disposição —  finaliza.

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