Corte de leitos e doenças sazonais explicam superlotação da UPA, diz Prefeitura
Vagas são liberadas pelo Estado; média de atendimentos cresce 21%

Bruno Bueno
Populares que precisam da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto encontraram dificuldades nos últimos dias. A unidade de saúde enfrenta uma superlotação dos leitos, com alta demanda e poucas vagas. À reportagem, o Executivo Municipal admitiu a situação em nota enviada na noite de ontem.
O corte de leitos e o aumento da demanda devido às doenças respiratórias típicas desta época do ano explicam, segundo a Prefeitura, a superlotação da unidade.
Aumento
A Prefeitura confirma o aumento do número de atendimentos e cita as causas.
— A Secretaria Municipal de Saúde, atendendo solicitação de manifestação em relação ao recente cenário assistencial da UPA Padre Roberto Cordeiro Martins, vem a público esclarecer que, há alguns dias, a unidade vem apresentando um volume de atendimentos superior à média diária até então observada, fato que reputamos à sazonalidade das doenças respiratórias que são típicas da estação — aponta.
Ainda conforme o Município, a média diária de atendimentos cresceu 21% nos últimos dias.
— A média por dia, que se mantinha em 280, atualmente se encontra em torno de 340 pacientes/dia — explica.
Outro culpado
O Executivo também atribui a culpa da superlotação ao corte de leitos feito pelo Estado.
— No entanto, além do aumento de atendimentos que, de certa forma, é esperado, a redução do número de vagas liberadas pela Central de Regulação do Estado de Minas Gerais, em razão da indisponibilidade de leitos na macrorregião de Saúde, tem aumentado a média de permanência de pacientes com demanda de internação — informa.
Críticas
O atendimento na unidade gera críticas diárias de moradores. Emerson Faria contou à reportagem que desistiu de ser atendido devido ao tempo de espera.
— Minha garganta estava fechada e, por isso, procurei a UPA. Chegando lá, me deparei com uma fila enorme de pessoas esperando para serem atendidas. Preferi voltar para casa e me medicar sozinho — explica.
Uma funcionária da UPA, que prefere não se identificar, também detalha a situação.
— Realmente está difícil. São muitos casos diários e temos que priorizar as situações mais graves. Espero que esse problema seja resolvido — detalha.
Gestão
Atualmente, a UPA é administrada pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS). A entidade, que assumiu os trabalhos na unidade em 2019, foi afastada no ano passado por supostas irregularidades, mas assumiu o compromisso de cuidar da instituição até a contratação de nova empresa.
No mês passado, o Executivo publicou um edital no Diário Oficial dos Municípios Mineiros detalhando a contratação da nova entidade que vai assumir a UPA. O anúncio da vencedora está marcado para o dia 6 de julho, às 9h, na sala de reuniões do Centro Administrativo. O trâmite para contratação se estende há mais de oito meses.
Questionada, a Prefeitura informou que não há novidades sobre a licitação desde a última postagem no Diário Oficial.