Copasa, hospital regional e saúde: Gleidson traça metas para 2023

Prefeito comentou sobre prioridades para o próximo ano e destaca desafios da atual gestão

 

Bruno Bueno

 O segundo ano de mandato de Gleidson Azevedo (PSC) à frente da Prefeitura de Divinópolis foi marcado por altos e baixos. A denúncia de superfaturamento em materiais adquiridos pela Secretaria de Educação (Semed) se cruzou com o grande número de avenidas e ruas asfaltadas na cidade.

Em entrevista exclusiva ao Agora, o chefe do Executivo  fez um balanço sobre seu segundo ano de mandato. Copasa, hospital regional, TransOeste, Usina de Asfalto, Câmara e outros assuntos foram destaques.

Balanço

Gleidson opina que a avaliação de seu mandato deve ser feita pelos divinopolitanos.

— Sou suspeito pra falar, porque eu me cobro muito. Não estou satisfeito. Queria ter feito tudo que eles não fizeram em 40 anos em 4. Pela parte burocrática e financeira que eu encontrei o Município, a gente fica travado de fazer tudo que o divinopolitano merece — pondera.

Ao traçar as metas para o próximo ano, Gleidson destacou como prioridade a saúde, infraestrutura e educação. Ele também ressaltou os pontos positivos e negativos do seu governo em 2022.

— Positivo eu acho que a questão das ruas. Ainda não consegui atingir toda a cidade de Divinópolis, mas já fiz muito. Um ponto que não evoluiu do jeito que eu queria, porque não depende de mim 100%, foi a questão da saúde. Deixa muito a desejar — destaca.

Copasa e hospital regional

O segundo ano de mandato de Gleidson começou intenso. Logo na segunda quinzena de janeiro, o Município declarou a nulidade do contrato firmado com a Copasa. No entanto, o rompimento ainda segue em trâmite.

— A Copasa provavelmente vai continuar nos próximos anos. A gente deu um passo grande com a abertura da licitação para escolher a empresa responsável por fazer o sistema de modelagem de saneamento básico e tratamento de água. Mas é um processo demorado — explica Gleidson.

O prefeito também falou sobre os entraves que ainda impedem a retomada das obras do hospital regional.

— A visita do Zema já estava marcada para o dia 15. Uma empresa entrou com recurso e por isso deu o entrave. Solucionando esse problema, eu acredito que em janeiro o Zema deve dar a ordem de serviço da retomada das obras — afirmou.

Passaginha

Um assunto recente já está dando dor de cabeça para o prefeito. O Conselho Municipal de Trânsito (Comutran) aprovou, nesta semana, o reajuste da passagem do transporte coletivo de Divinópolis para 2023. O novo valor é de R$ 4,51. No entanto, Gleidson garante que não haverá aumento.

— Não será aprovado. O que eu puder fazer para ajudar a população, vocês podem contar comigo. Só que o meio político é podre. Os mesmos vereadores que pedem para não aumentar a passaginha inventaram que eu estava ajudando a Trancid. É mentira. Eu estava ajudando a população. Se não fosse o repasse, a passaginha estaria custando mais de seis reais. Vou brigar até minha última gota de sangue para manter os R$ 4,15 — afirma.

Gleidson também disse que não concederá outro subsídio para o Consórcio TransOeste.

— Já veio outro recurso do Governo Federal para subsidiar a passagem dos idosos. A gente já sabe do aumento do diesel e outras questões que impactam no preço da passaginha, mas a Trancid já mamou demais em Divinópolis. Agora é hora da população ter vez — explica.

CPI

A CPI da Educação também foi tema da conversa com Gleidson. O prefeito voltou a criticar o relatório de Lohanna França (PV), que apontou indícios de superfaturamento na compra de brinquedos para escolas municipais.

— Teve uma supervalorização da comissão que foi montada. A gente sabe que a vereadora é apoiada por partidos de esquerda e queria me atingir para prejudicar meu irmão. O próprio relatório era mentiroso. O empresário que colocou os valores falou que errou o número. Me ajuda aí — pontua.

Gleidson reconhece que a CPI foi necessária e reafirma que não houve irregularidades no processo. Contudo, admite que não compraria brinquedos com valor de R$ 10 mil.

— Estou sendo honesto. Nem vi que eles compraram, só fui ver a partir do momento que foi noticiado. Uma pedagoga tem argumentos para dizer que aquele brinquedo era útil — salienta.

Câmara

Em relação à Câmara, Gleidson garante não interferir no trabalho dos vereadores.

— A oposição tem que existir. Faz a gente crescer. Agora ser contra tudo não dá. Isso quem perde é a população. Eu espero que os vereadores venham para o governo. Não para ser base. Os que são base eu nunca liguei pedindo algo. Eles votam como eles quiserem. Se vier contra o governo, está indo contra a população — argumenta.

Gleidson e o líder do governo da Câmara, Edson Sousa (Cidadania), são alvos de uma investigação no Ministério Público. A lei que autoriza a permuta de terrenos da Prefeitura pela área em frente ao campo do Guarani é o motivo.

— Podem me investigar. Foi uma questão para beneficiar os moradores de Porto Velho. Eles não aguentavam mais. Não sou técnico de terreno. Teve toda uma equipe de avaliação. Eles analisaram os terrenos e fizeram a permuta — completa.

Usina de asfalto e chuvas

A implementação da usina de asfalto é outro desejo antigo de Gleidson para 2023.

— Semana passada eu estive no local. Queríamos instalar a usina na Emop, mas infelizmente não pôde devido a questões ambientais. Tivemos que mudar ela de local e reconstruir tudo. Fazer patrolamento, cercar, construir escritório, licitar balança etc. Se fosse por mim, já teria feito ela funcionar. Mas tem essa burocracia — afirma.

As fortes chuvas que arrasaram Divinópolis no começo deste ano também preocupam o chefe do Executivo. Nos últimos dias, pancadas semelhantes ao período do ano passado foram vistas na cidade.

— A gente sofreu bastante. O impressionante é que a mesma quantidade de chuva do ano passado está sendo neste ano. Fizemos todo o planejamento de tapa-buraco e recapeamento. Ainda tem buraco, mas do ano passado para cá melhorou muito. Também fizemos todo um planejamento sobre a questão de enchentes nos córregos — pontua.

Eduardo e Cleitinho

A eleição de Cleitinho Azevedo para o Senado e de Eduardo Azevedo para a Assembleia Legislativa (ALMG), ambos do PSC, é motivo de comemoração para Gleidson. Ele espera que a parceria com os irmãos renda bons frutos para Divinópolis.

— Isso é muito bom para a cidade. Sempre falei que o divinopolitano não tinha noção do quanto vai ser representativo no Senado Federal. Não é porque é meu irmão. Divinópolis vai para outro patamar nos próximos oito anos, independente do prefeito — disse.

Alguns pontos importantes já foram levados como prioridade para os novos eleitos.

— Neste primeiro ano de mandato, eles podem mandar todo recurso que tiverem para Divinópolis. E que meu irmão na ALMG possa cobrar o Zema ainda mais. Como governador a gente não pode reclamar. Mas na região, principalmente em Divinópolis, ele deixou muito a desejar — comenta o chefe do Executivo.

Reeleição?

O prefeito não confirmou se disputará a reeleição para prefeito em 2024. O fator familiar, segundo ele, será determinante.

— O meu futuro só a Deus pertence. Vou olhar muito a questão da minha família, porque hoje eu vivo 24 horas para os divinopolitanos. Isso está pesando lá dentro de casa. Vou analisar até que ponto vale essa reeleição — explica.

O chefe do Executivo também comentou sobre a intenção do presidente da Câmara, vereador Eduardo Print Júnior (PSDB), em disputar o cargo nas próximas eleições.

— Sucesso pra ele. Qualquer um pode se candidatar. Na minha eleição, por exemplo, foram nove. Só que quem elege é o povo. Temos um relacionamento bacana. Ele tem o papel dele de fiscalizador — relata.

Recado

Gleidson reservou o fim da entrevista para dar um recado aos divinopolitanos.

— Queria pedir perdão por conta daquilo que talvez eu não consegui suprir. Pode ter certeza, divinopolitano, que não foi porque eu não quis. É culpa de toda a burocracia que tem o sistema público. Não vou deixar de trabalhar para melhorar a vida de vocês. Podem contar comigo em 2023 e 2024 — finalizou.

 

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