Consumo nos lares mineiros expande 7,9% no passado

Região Centro-Oeste registrou o quarto melhor desempenho com 7,30%

Da Redação

Em um ano com instabilidade política, onde olhos se voltaram para as eleições, em meio também a uma Copa do Mundo e guerras, as famílias mineiras conseguiram driblar vários obstáculos. E contando com a recuperação econômica e os programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil do governo federal, que chegou a um maior número de beneficiados, elas se superaram e tiveram um ano mais coerente em relação aos bens de consumo. 

— A recuperação econômica aliada a alta de vagas de empregos, foram fatores decisivos nesse crescimento do consumo — analisa o economista, Leandro Maia.

Índices 

A demanda das famílias nos supermercados mineiros registrou variação positiva de 7,93% em 2022. A informação é do Índice de Consumo dos Lares Mineiros, pesquisa da Associação Mineira de Supermercados (Amis) feita com lojas supermercadistas de todos os portes em todo o estado. O índice é referente ao mês de dezembro, que apontou crescimento de 7,10% sobre o mesmo mês de 2021. Na comparação com novembro, houve um aumento de 20,52%.

O presidente executivo da Amis, Antônio Claret Nametala, explica os motivos desse crescimento do consumo em dezembro. 

— Tradicionalmente, o Natal e festividades de final de ano sempre foram o período de maior procura no setor supermercadista. Em 2022, tivemos ainda a Copa do Mundo de futebol que contribuiu com o aumento do consumo — afirma. 

Ao analisar o crescimento acumulado do consumo no ano, Claret aponta como um dos fatores o bom desempenho do estado em relação à média nacional na geração de empregos e na recuperação econômica. Os programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil do governo federal, chegando a um maior número de beneficiados, também contribuíram.

Além disso, o executivo da entidade ressalta o papel do varejo supermercadista como setor essencial no dia a dia das famílias. 

— A missão do setor é atender o nosso o consumidor em todos os seus momentos e perfis de compras e os supermercados, cada vez mais, investem em expansão do mix de produtos, em serviços e qualidade no atendimento para satisfazer essa demanda — pontua.

Custos altos 

Uma preocupação no setor é em relação aos custos tanto de estoques de produtos quanto de equipamentos e o custo operacional de forma geral. 

— O setor de supermercados é altamente concorrido e por isso trabalha com uma margem muito apertada. Essa atenção do empresário tem de ser diária para não comprometer os resultados — explica Claret.

Natal e novembro

As projeções do setor para o Natal e final de ano eram de crescimento de 8,50% sobre a sazonalidade de 2021. O Índice de Consumo mostra um resultado próximo dessa projeção ao ficar em 7,10% na comparação de dezembro de 2022 com mesmo mês de 2021.

Essa demanda poderia ter sido ainda maior, mas o consumidor dividiu as compras com o mês de novembro, impulsionados pela Black Friday e pela Copa do Mundo. Mesmo que o evento futebolístico tenha sido importante também em dezembro, mas algumas demandas foram antecipadas. 

— Isso fez com que o mês de novembro, que normalmente tem uma demanda bem menor em relação a outubro, apontasse estabilidade -0,02%”, explica o presidente executivo da Amis. 

Regiões

Um dos destaques da pesquisa, mas não novidade porque já vinha mostrando essa tendência ao longo do ano, é a recuperação o Sul, +14,12, aponta Claret. 

Ele justifica que a região vinha de um crescimento negativo de - 1,58% em 2021, motivado por fatores climáticos que impactou a economia local, e pelas medidas de fechamento do setor por motivo da pandemia naquele ano. 

— Apesar da base baixa de comparação, essa recuperação do Sul é uma resposta importante do setor — completa.

O Centro-Oeste também fechou bem no acumulado ficando com a quarta colocação com os números correspondendo a + 7,30%. 

O Norte/Noroeste, também com crescimento negativo em 2021, -0,94%, registrou o terceiro melhor desempenho, 8,49%, atrás do Sul e Triângulo/Alto Paranaíba com +9,05.

 

Foto: Divulgação

Com a recuperação da economia, o consumo voltou a subir 

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