Consciência

Consciência 

Não é segredo para ninguém que o mundo enfrenta atualmente um cenário preocupante: o emburrecimento da população. De uns tempos para cá, as pessoas perderam o medo e a vergonha de serem burras. A era da burrice. Talvez essa seja a definição perfeita para o momento – tomara que seja apenas um momento – que a humanidade passa. Discussões inúteis, intermináveis, agressivas. Gente defendendo as maiores asneiras e se orgulhando disso. Pessoas perseguindo e ameaçando as outras. Um tsunami infinito de informações falsas. Reuniões, projetos, esforços que não dão em nada. Decisões erradas. Líderes políticos imbecis. Esse é o “pacote” perfeito para que o caos se instale e demore muito, muito mesmo, a acabar. Afinal, junto a tudo isso, o mundo enfrenta ainda a pandemia da covid-19, para “fechar com chave de ouro”. Se tem uma coisa que é indiscutível é o fato de que a humanidade não estava preparada para lidar com as redes sociais, com essa globalização. Com uma pandemia, então, nem se fale. 

Viver a era da burrice, na qual pessoas – muitas pessoas – confundem opinião com fato e preferem acreditar em correntes de WhatsApp a estudos científicos – realmente não está sendo fácil. Ainda não é possível contabilizar os estragos que as fake news e o negacionismo causaram à humanidade. Ainda não é possível contabilizar quantas pessoas morreram e quantas foram infectadas pelo coronavírus justamente por causa da desinformação, e o pior, quantas ficarão com sequelas por toda a vida. O que mais estarrece nisso tudo é que muitos “protagonistas” da era do emburrecimento chegaram ao poder e se tornaram governantes Brasil afora, colocando por terra aquele velho ditado “nada é tão ruim que não possa piorar”. Realmente, esse é um fato incontestável, tudo, absolutamente pode piorar. Negacionistas podem, sim, chegar ao poder e causar estragos imensuráveis. 

E, como se não bastassem as milhões de vidas perdidas por causa da pandemia da covid-19, alguns líderes políticos começam a dar passos – duvidosos e preocupantes – ao relaxamento das medidas de prevenção ao coronavírus. Em Divinópolis, e em várias cidades do país, os governantes autorizaram a desobrigação do uso de máscara facial em locais abertos. A medida, claro, causou espanto, apesar de, segundo eles, os dados epidemiológicos permitirem tal relaxamento. Em janeiro e fevereiro, o Brasil enfrentou a terceira onda de contágio da doença, o que, graças à vacinação, não permitiu um novo esgotamento de leitos na saúde pública e suplementar, e nem o mesmo cenário enfrentado em 2021. Porém, apesar de a situação estar mais “controlada”, é fato que adotar essa medida traz, sim, certa preocupação. 

O alento diante do relaxamento é ver que, mesmo com a desobrigação do uso de máscara, boa parte da população ainda prefere se prevenir utilizando o equipamento. Isso, sem sombra de dúvidas, traz esperanças de que, talvez, a era da burrice tenha seus dias contados e que, enfim, o povo vai começar a fazer boas escolhas. É como dizem por aí, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Que venha a sanidade para o mundo.

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