Conclusão de hospitais regionais marca discurso de Zema em posse

Em Divinópolis, obra está parada há mais de 10 anos

 

Da Redação 

Sai governo, entra governo, e a conclusão das obras do hospital regional de Divinópolis é sempre uma das principais promessas de governo. Novamente, Romeu Zema (Novo), reconduzido ao cargo no domingo, 1º, discursou sobre o compromisso de terminar os hospitais pelo Estado, o que inclui o de Divinópolis.

A construção da unidade, que será referência em saúde para o Centro-Oeste, está paralisada há mais de 10 anos. No ano passado, a responsabilidade da conclusão foi repassada ao estado. O termo de cessão de posse, que oficializa o repasse, foi publicado no Diário Oficial no dia 29 de setembro.

No discurso, entre outras questões, o governador reforçou que ainda há muito o que fazer, mas se comprometeu a entregar as unidades que ainda seguem inacabadas.

— Meu compromisso é o de fazer, nesses próximos quatros anos, um governo muito melhor do que o primeiro. Temos muito o que fazer ainda. Teremos a retomada das obras dos hospitais regionais. Além disso, colocaremos em obras também o rodoanel, que será a maior intervenção viária da Região Metropolitana das últimas décadas. Conseguimos garantir o leilão do metrô de BH, um investimento de mais de R$ 3 bilhões que vai, enfim, melhorar o sistema atual e expandir a linha para o Barreiro. Essas são obras fundamentais para o governo de Minas — afirmou.

Cessão do imóvel ao Estado

A cessão do imóvel do Hospital Regional Divino Espírito Santo para o Estado foi aprovada como projeto de lei na Câmara de Divinópolis, em março do ano passado. Entretanto, os documentos que davam andamento a esse processo só foram assinados em agosto.

Expectativa de término das obras

O hospital público foi anunciado em 2009 e a construção começou em 2010. Inicialmente, o projeto previa um investimento de R$ 48 milhões. Entretanto, ao longo dos últimos anos, foram investidos mais de R$ 60 milhões na obra. O hospital tem diversos pavimentos já construídos, mas ainda não são suficientes e não tiveram a construção finalizada.

Os trabalhos no local sofreram diversas interrupções por conta da falta de recursos. A última interrupção foi há cinco anos - e dura até hoje.

Projeto

A proposta de cessão do imóvel ao Estado partiu do Poder Executivo. A medida foi tomada como forma de pagamento de uma dívida superior a R$ 13,7 milhões devido à reprovação de contas do Convênio nº 116/2013 feito entre os dois entes, Município e Estado.

Com isso, o Estado será o responsável pela conclusão das obras do hospital com recursos do acordo firmado entre o governo de Minas Gerais e a Vale, para a reparação de danos causados pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo a Prefeitura, o projeto atende aos anseios do Município de quitar o débito com o Estado e ao interesse público, pois serão concluídas as obras do hospital regional.

De acordo com a justificativa, o Município não abre mão do patrimônio, mas "deposita no Estado de Minas Gerais, como dependente da cooperação deste, sobretudo por meio de recursos financeiros, a confiança para que possa concluir as obras necessárias".

O que falta

Ainda serão necessários mais de R$ 100 milhões para finalizar as obras do hospital. A expectativa é de que o recurso venha do acordo firmado entre o governo estadual e a mineradora Vale, ainda sem previsão de repasse.

Enquanto isso, os sinais do tempo estão cada vez mais evidentes. Há infiltrações e mofo em várias partes do hospital, que servirá para dar fôlego à saúde da região.

Algumas placas de gesso caíram e há fiação elétrica exposta. E, mesmo com vigilância, o local já foi alvo de criminosos.

Estrutura

A estrutura tem capacidade para até 400 leitos. A previsão é de atender casos de média e alta complexidade de 54 cidades da região, ou seja, mais de um milhão de pessoas beneficiadas.



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