Chuvas podem aumentar preços de alguns itens da alimentação

Estradas rurais em péssimas condições também comprometem o escoamento da produção

 

Da Redação

O ano de 2022 chegou trazendo muita chuva pelo país, principalmente na região Sudeste, em especial em Minas Gerais. E em Divinópolis, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu, desde o dia 1º, mais de 300 milímetros. Tal fato afetou diretamente os cultivos de hortaliças nas comunidades rurais da cidade, onde muitos agricultores já perderam boa parte de seus cultivos.

— As chuvas dos últimos dias atingiram diretamente o pequeno produtor e suas plantações. Quem tem condição de ter estufas em suas propriedades salvou em grande parte sua produção. Mas outro grave problema são as estradas rurais, que estão impraticáveis, impedindo o escoamento de grande parte dos hortifrútis, o que pode desabastecer, em breve, muitos itens nos supermercados e afins — avaliou o presidente do Sindicato Rural de Divinópolis, Irajá Nogueira.  

Já para o produtor rural Juarez Branquinho, o mercado deve reagir em função da pequena oferta de alguns itens, principalmente das hortaliças.

— As plantações de alface, salsa, cebolinha e outras hortaliças de folhas estarão com baixas ofertas,  assim os preços poderão subir para o consumidor final. Essa é a lei da oferta e da procura, que dita os preços para o consumidor final. Aqui na fazenda tivemos o cuidado de cultivar em lugares mais altos e em estufas, assim, não tivemos grandes perdas, o que não aconteceu com outros produtores — revela.

 

Preços

Ao longo de 2021, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alimentação no domicílio subiu 14,41%, o que atingiu diretamente o bolso do brasileiro. E a expectativa é que a realidade de aumentos de preços venha ainda a perdurar por todo o primeiro semestre de 2022.

— O excesso de chuva acaba influenciando diretamente no cultivo de boa parte de itens de nossa alimentação diária. Em especial, o setor de hortifrútis é um dos grupos que mais sofrem com tanta água. Em nossas lojas damos apoio ao pequeno produtor rural de nossa região e a grande fatia nós compramos direto da Ceasa. E, como temos um grande mix de fornecedores, vamos aguardar a reação do mercado para os próximos dias. Mas, mesmo assim, a previsão é de aumento não só nos hortifrútis, mas de outros itens, como café, milho, a soja, também podem ter seus valores alterados — disse o gerente de uma grande rede supermercadista, Robson Alves.  

Para o comerciante Paulo Santos, os aumentos já estão sendo sentidos desde a última semana.

— Para entrar em 2022 mudei até o cardápio da casa. E vamos substituir sempre que puder, mas sem perder a tradição e qualidade de nossos pratos. Temos que nos adequar à nossa realidade — disse.

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