Chegou a hora

 

Um ano que mal começou e já tem fatos históricos. E, ao que tudo indica, o dia 10 de fevereiro será mais um, desta vez para Divinópolis e região. O prefeito, Gleidson Azevedo (PSC), e o presidente da Câmara, Eduardo Print Júnior (PSDB), anunciaram que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) virá à cidade para assinar a ordem de serviço de retomada das obras do hospital Público Regional Divino Espírito Santo. Uma sexta-feira para entrar na história. 

Iniciado em 2013, com o objetivo de aumentar o atendimento hospitalar da região, o Hospital Público Regional virou um elefante branco. Com cerca de 60% das obras concluídas, segundo estimativa da própria Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a construção foi paralisada em 2016, no governo do petista Fernando Pimentel. Desde então, virou apenas mais uma obra abandonada do estado. Sem sombra de dúvidas, o dia 10 de fevereiro tem um grande potencial para entrar para a história de Divinópolis. Mas a grande questão é: agora vai? Essa não é a primeira vez que a população se empolga com, enfim, a possível retomada e conclusão das obras.

 

Durante anos a fio, o hospital regional foi palco de promessas de campanha. Dali saíram muitos votos. O que não faltou foi candidato se aproveitando da ignorância de quem sequer sabe como funciona a política pública e acreditou veementemente em promessas que o vento apenas levou. A verdade é que entregar a unidade funcionando é uma obrigação que os eleitos têm com Divinópolis e região. Afinal, não faltaram promessas e votos durante anos, desde o início da construção. Mas, como tem seu tempo certo debaixo desta terra, é chegado o momento de entregá-lo ao povo, pois, como pôde ser visto nas últimas eleições, dali não se tira mais votos. A população cansou e, agora, quer ação. Chegou o tempo de fazer e entregar. Falou que é “eu prometo entregar o hospital público na minha gestão, no meu mandato”, ninguém acredita mais. Resumindo, o povo cansou.

E, entre promessas, votos e ceticismo, parece que finalmente Divinópolis terá o seu hospital regional. É preciso, porém, também atentar-se para outro ponto. Terminar um hospital pode até ser fácil, depois de uma batalha de quase sete anos, a questão é colocar para funcionar, fazer gestão e manter funcionando. O dia 10 de fevereiro pode, sim, entrar para a história da cidade, porém, a luta para ter o hospital ainda será longa. 

Mas que venha o primeiro dia histórico. Aqui é Brasil, e, falou em luta e batalha, é com o povo brasileiro mesmo. Aqui, a coisa é na raça, no grito e, quando já não traz mais votos, aí, sim, sai do papel. Que seja dada a ordem de serviço e que os divinopolitanos se encham de esperança mais uma vez, não custa nada sonhar com uma saúde pública digna, garantida pela Constituição Federal. Que venha a sexta-feira, o “sextou” especial de Divinópolis e região Centro-Oeste. 

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