Cesta básica na cidade tem elevação de 2,6%
Aumento é de 20,06%, quando comparado a setembro do ano passado
Da Redação
O consumo das famílias brasileiras está alinhado diretamente com os alimentos considerados essenciais e de primeira necessidade. Para se ter uma ideia, a cesta com os 35 produtos mais consumidos em supermercados registrou queda de 1,71% em setembro, de acordo com o levantamento feito pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em Divinópolis, o Boletim Econômico elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (Nepes), da UNA, realiza levantamentos contínuos sobre o comportamento dos preços de um conjunto de alimentos considerados essenciais. A pesquisa do custo da cesta na cidade, que tem como professor responsável, Wagner Ferreira de Almeida, é realizada conforme metodologia adotada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Produtos
A última pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 27 de setembro último, com o levantamento de preços feito em cinco supermercados do município, os quais possuem em sua estrutura açougue, padaria e hortifruti. A cesta básica, composta por 13 produtos alimentícios, seria suficiente para o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, durante um mês, contendo quantidades balanceadas de todos os nutrientes necessários à manutenção da saúde.
Números
Em setembro, o custo médio da cesta de alimentos em Divinópolis foi de R$ 574,90. O que representa uma elevação de 2,6% em relação a agosto, quando o custo foi de R$ 560,32. Em comparação com setembro de 2021, o conjunto de alimentos apresentou elevação de 20,06%. Na variação acumulada do ano, ou seja, entre janeiro a setembro, a cesta apresenta aumento de 7,26%.
Para o trabalhador remunerado pelo piso nacional, R$ 1.212,00, o custo da cesta em setembro foi equivalente a 47,4% do salário mínimo bruto. Em setembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 43,5%. Considerando o salário mínimo líquido, em setembro de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 51,3% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é o suficiente para alimentar um adulto durante um mês.
Pesquisa
Para o levantamento do mês não foram considerados preços de produtos em oferta/promoção. No caso da carne bovina, que representa o maior peso (40,9%) na composição da cesta básica, foram pesquisados os cortes: chã de dentro e chã de fora. No mês de setembro foi observado uma elevação de 1,22% em relação a agosto no preço médio do quilo da carne bovina de primeira. Em 12 meses, ou seja, de outubro de 2021 a setembro de 2022, o quilo da carne bovina de primeira apresentou alta de 17,2%. Em agosto, a exportação de carne teve bom desempenho, em especial para a China.
Em setembro, além da carne bovina que registrou aumento, houve alta expressiva no preço da batata (83,65%) devido a diminuição da oferta em função das chuvas e a redução do ritmo da colheita em algumas regiões. Outras altas foram observadas no preço do pão francês (15,50%) e do tomate (14,23%).
Dos itens que apresentaram redução no mês, destaque para a banana (20,69%). Outros itens que registraram queda foram o leite (13,16%) e a manteiga (5,63%). O elevado patamar de preço do leite resultou em retração do consumo. Por outro lado, o menor volume de venda, o crescimento dos estoques e o aumento das importações de laticínios culminaram em queda no varejo.
Salário mínimo
Os dados colhidos fazem uma estimativa de que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 4.829,78 ou 3,98 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Em setembro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 4.022,74 ou 3,65 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00. Conforme metodologia adotada pelo Dieese, o cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, composta por dois adultos e duas crianças, que por hipótese consomem como um adulto.
Pode-se inferir que este seria o orçamento total capaz de suprir as despesas com alimentação, moradia, vestuário, educação, higiene, transporte, saúde e lazer de um trabalhador e de sua família.
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