Cesta básica apresenta redução em 1ª pesquisa

Em 12 meses o conjunto de alimentos em Divinópolis teve aumento de 10,5%

 

Da Redação

Em 12 meses, a cesta básica de alimentos em Divinópolis variou positivamente 10,5%, segundo dados apontados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (Nepes) da Faculdade UNA Divinópolis. Segundo o comparativo, o grupo de alimentos, em fevereiro de 2022, custava R$ 573,08. Um ano depois, em janeiro deste, o valor já chega a R$ 633,02.

No primeiro levantamento do ano, a cesta apresentou redução de 1,79% em relação a dezembro, quando o custo foi de R$ 644,56.

De acordo com o professor universitário e coordenador do Nepes/UNA, Wagner Almeida, ao comparar o custo da cesta básica em Divinópolis no mês de janeiro/2023 com mesmo período de 2022, observa-se uma variação positiva de 18,1%.

— Esses números apontam que os alimentos da cesta tiveram alta acima da inflação em 2022, que fechou o ano em 5,79% segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento observado no nível de preços se deve a diversos fatores, como problemas climáticos que afetaram algumas culturas, redução da área plantada, redução do consumo por parte das famílias, alta do dólar que refletiu no preço dos insumos importados. Enfim, um conjunto de fatores que fizeram a inflação pesar no bolso do trabalhador em 2022 — explica Wagner.

Itens

A carne bovina representa o maior peso, 36,1%, na composição da cesta básica de alimentos, em Divinópolis foram pesquisados os cortes da chã de dentro e chã de fora. Segundo o levantamento, no mês de janeiro foi observado uma alta de 0,30% em relação a dezembro no preço médio do quilo da carne bovina de primeira.

Outro item que demonstrou aumento no mês foi o feijão (8,39%).

— As altas cotações do feijão podem ser explicadas pelo aumento do preço dos fertilizantes e menor oferta da leguminosa, consequência da redução da área plantada e do clima desfavorável — ressalta o professor.

Outra alta ocorreu no preço da batata (7,30%) em função da redução da oferta por causa das chuvas.

Na avaliação do gerente de um supermercado, Sérgio Antônio, as condições climáticas foram uma das principais causas da elevação dos hortifrutis.

— Os hortifrutis sofreram com as fortes chuvas e a oferta foi pequena, provocando o aumento dos preços de alguns itens, em especial o feijão, a batata e também a cebola. A alta no custeio da mão de obra também foi um outro fator a se levar em conta. Mas os preços já estão se equalizando e voltando ao normal — avaliou.

 

Metodologia

 

A pesquisa do custo da cesta básica é realizada conforme metodologia adotada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e foi feita entre os dias 24 e 28 de janeiro com o levantamento de preços praticados por seis supermercados de Divinópolis, localizados nos bairros Bom Pastor, Catalão, Centro e Santa Clara, os quais possuem em sua estrutura açougue, padaria e hortifruti. A cesta é composta por 13 produtos alimentícios considerados suficientes para o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, durante um mês, contendo quantidades balanceadas de todos os nutrientes necessários à manutenção da saúde.

 

Foto: Jorge Guimarães

O feijão foi um dos itens que tiveram aumento nos últimos dias

 

Comentários