Casos de dengue disparam e cidade registra mil casos em 15 dias

Filas no ambulatório que atende suspeitas da doença seguem crescendo

Ígor Borges 

Os casos de dengue não param de crescer e Divinópolis tem aumento de mil casos confirmados em duas semanas. No dia 23 de fevereiro, a cidade registrava 849 casos. Já no último balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, no dia 1º de março, esse número saltou para 1.963 confirmações da doença. 

Os números preocupam e a cidade convive com filas nas unidades de atendimento. No ambulatório montado para atender pacientes com suspeita da doença, são cerca de 70 atendimentos diários. 

A gravidade dos casos também é uma angústia, pois já são quase 100 registros da doença com sinal de alarde. O Agora atualiza o panorama nesta reportagem.

Filas

Muitas pessoas reclamaram das filas existentes no ambulatório montado ao lado da Policlínica, seja para consultas ou para realizar o teste da dengue. O Agora levantou dados relacionados ao número de atendimentos, desde sua inauguração, na semana passada.

De acordo com o Executivo, até terça-feira, 5, quase 4.400 procedimentos, entre exames e oferta de soro, por exemplo, foram realizados no ambulatório. Isso está dividido entre os quase 1.200 pacientes, que passaram pelo local. 

Em média, 67 pessoas vão até o ambulatório diariamente procurar atendimento.  

A Prefeitura detalhou que diariamente, a equipe que trabalha no ambulatório é composta por dois médicos, dois enfermeiros e seis técnicos de enfermagem.

Dados 

Divinópolis tem 1.963 casos confirmados e 3.522 notificados de dengue até o dia 1º de março. Destes, 147 necessitam de hospitalização, e 6 mortes são investigadas. 

Conforme estatísticas divulgadas pela Secretaria de Saúde, 9,3% das notificações da doença (327 casos) foram registradas em crianças de até 10 anos. Outro dado é que 537 idosos com mais de 60 anos estão entre os casos notificados. Mais de 53% dos casos são do público feminino. 

A pasta divulgou ainda levantamentos relacionados à gravidade da dengue no município. Dos casos confirmados, 1.868 são da dengue “tradicional”, 94 de dengue com sinais de alarme, e um de dengue em estado grave. 

Um caso de chikungunya também foi confirmado no município. 

O Centro segue na ponta dos casos confirmados, com 174 registros. Na sequência, com 88 casos, estão os bairros do Planalto e São José. 

Sintomas

Em entrevista ao Agora, na última semana, a secretária de Saúde, Sheila Salvino destacou os sintomas clássicos da doença. 

— Dor pelo corpo, dor na região dos olhos, vermelhidão, coceira, febre, dor no corpo, dor de cabeça e dor atrás dos olhos — alerta. 

A secretária alerta que a Prefeitura trabalha para remediar os problemas, mas é importante que a população também atue na prevenção.

— Tire 10 minutinhos da semana para a vistoria do seu domicílio. Se não tem um pratinho de planta com água, se não tem uma calha entupida represando água de chuva, etc — destacou.

O trabalho de todos é essencial no combate à doença, alerta a secretária.

— Se cada um puder contribuir com a sua parte, num pequeno tempo, durante a semana, a gente sabe que o impacto disso no cenário epidemiológico do município vem por consequência — concluiu.

Epidemia

Dados do primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024, realizado no período de 8 a 11 de janeiro, apontam Divinópolis com "alto risco de epidemia" de dengue, conforme os parâmetros do Ministério da Saúde. 

— A pesquisa foi feita em 168 bairros, com 6.070 imóveis vistoriados. O índice de infestação médio do município resultou em 8,3%.O 1º LIRAa demonstrou que 91% dos focos foram encontrados em residências e 9% em lotes vagos — explicou a Prefeitura.

O supervisor da Vigilância em Saúde Ambiental, Juliano Cunha, comentou os resultados à época.

— Mais uma vez, o LIRAa mostra que a maioria dos focos continua nas residências. A população precisa aderir, como prática rotineira, o combate à dengue. (...) Os agentes de saúde não conseguem sozinhos sem o apoio da população — destacou 

Os divinopolitanos podem notificar e denunciar locais com focos e reservatório do mosquito no número (37) 3229-6823.

 


 

 

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