Calendário adiado

BLOCO DE MODA

Wagner Penna

CALENDÁRIO ADIADO

 O mundo termina o ano apreensivo com a escalada da cepa Ômega, que começa a exigir o retorno dos cuidados profundos em relação à covid-19. No hemisfério norte, o assunto já se encontra nos níveis do início deste ano – isto é, com mortes se acumulando e o sistema hospitalar prestes a sofrer um colapso.

 Com isso, também as semanas de moda programadas para o primeiro trimestre de 2022 começam a ser suspensas. A primeira delas, que seria em janeiro, em Londres, já foi transferida para fevereiro ou março – caso a situação melhore. Os principais lançamentos femininos de prêt-à-porter (moda casual) continuam marcados para março, mas, obviamente, dificilmente acontecerão, presencialmente, no circuito Nova York/Londres/Milão/Paris.

 Por aqui, as feiras de janeiro (como a Couromoda, em São Paulo) continuam firmes. Mas o que está programado para os lançamentos de pronta-entrega (atacado) em março pode não ser confirmado e os salões previstos serem suspensos, no último instante. 

 Felizmente, todo o circuito econômico já ganhou experiência suficiente para driblar a questão – estimulando o e-commerce e realizando lançamentos virtuais. Também é importantíssimo que o país está melhor prevenido, com vacinação progredindo, e, portanto, mais forte para enfrentar esse terrível vírus.

 

VAIVÉM

  • O setor de varejo físico comemora o ano de 2021. É que o número de lojas abertas (ou reabertas) nos maiores shopping-centers do país ultrapassou as 1200 unidades – de acordo com a Abrasce. Por outro lado, o comércio em geral chegou a registrar cerca de 57 mil novos endereços, segundo levantamento do Sebrae. Vamos torcer para que 2022 prossiga com números animadores.

 

  •  Com a Geração Z (nascida entre 1990 e 2010) obedecendo novas regras de compras (vale dizer, respeitando a economia circular, reaproveitamento de peças usadas e valorizando a diversidade), a moda mudou. E os brechós se valorizaram, em números bilionários. Os dados apontam que o mercado de itens de segunda mão deve chegar a 84 bilhões de dólares, duas vezes mais que o fast-fashion, que deverá contabilizar cerca de 40 bilhões de dólares. Uau!!!

 

  • Você já ouviu falar em Rayanara Negrine? É a modelo brasileira em fase de maior crescimento no mercado da moda internacional. Ela desfilou no recente vaivém da Chanel, inaugurando o novo prédio da marca que abrigará os “metiers d’art” ( ofícios preciosos e essenciais para o artesanato de luxo francês), o Le19M. A moça é de Cachoeira do Itapemirim, no Espirito Santo, e venceu o concurso The Look of the Year, em 2017. Bacana, não?

 

  • PONTO FINAL: A a Pantone escolheu o “very peri” ( um tom azulado com toques mais quentes, parecido com o da hortênsia) como a cor de 2022. O fato é importante para a moda, pois é a cartela dessa empresa americana que serve de referência para toda a indústria de moda, decoração e editorial. Dizem que a esse “violeta avermelhado” que o tom possui traz, ao mesmo tempo, tranquilidade e dinamismo. Só para citar a importância disso, há três anos escolheram o verde como cor do ano e, atualmente, o verde está em todos os lados em que se olha – do vestido ao sofá.
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