Café com o arcebispo

Estive, na última sexta, tomando um café com o agora arcebispo dom José Carlos, a quem posso chamar de amigo, a fim de me despedir temporariamente, afinal ele alça novos voos, assumindo cargo de arcebispo e se mudando para Montes Claros. O café foi muito bom e a prosa, ainda melhor. Na oportunidade, lhe apresentei minha namorada, Karen, a quem ele tratou com sua cordial e afetuosa recepção, nos abençoou e abençoou também meu mais novo projeto, o Jogo Tabuleiro Histórico, jogo que falarei em breve.

 Como me pediram que falasse mais  do café no Brasil, vou dar seguimento. O café para os brasileiros é parte importante de sua cultura, tanta identificação chega a confundir sua origem, muitos pensam que o café tem origem brasileira, mas, como escrevi semana passada, não é, a planta é africana e o nome, árabe.

Acordar cedo e, antes mesmo de tomar consciência do dia, dos compromissos e às vezes até mesmo de si, uma xícara de café é essencial. Seja um pingado na padaria, um expresso de cápsula, de uma cafeteira ou um coado no pano, não importa, o importante é que esteja quente e saboroso.

O café chegou ao Brasil em 1727, entrando pelo estado do Pará e cultivado na cidade de Belém, trazido pelo militar Francisco de Melo Palheta.

 

Tem início o Ciclo do Café e a expansão das lavouras cafeeiras no período do Brasil Império. Note que, a partir do início do século XIX, ele representou a maior fonte de riqueza do país e o principal produto de exportação.

Levado para terras da Serra do Mar, chegou ao vale do Paraíba por volta de 1820. De São Paulo foi para Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.

No Brasil, a abolição gradual da escravatura e a proibição do tráfico de escravos, causaram falta de mão de obra para cafeicultura. A tentativa de comprar escravos no Nordeste, logo foi proibida por lei.

Os fazendeiros do interior e do oeste de São Paulo, mais prósperos que os da região do Vale do Paraíba, começaram a utilizar em suas propriedades mão de obra de imigrantes europeus, mais rentáveis que a mão de obra escrava.

Em 1845 o Brasil produzia 45% do café mundial. Em 1947 vieram alemães, suíços, portugueses e belgas.

A vinda de imigrantes europeus acentuou-se a partir de 1848, quando ocorreram na Europa várias crises políticas e revoluções.

Entre 1850 e 1889 entraram no Brasil 871.918 imigrantes, a maioria destinada às fazendas de café de São Paulo. Eram italianos, portugueses, espanhóis, russos, austríacos, romenos, poloneses, alemães e japoneses.

O cultivo do café em grandes áreas foi o responsável pela formação de diversos núcleos urbanos no país. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de café do mundo. Exporta para os Estados Unidos, Japão e diversos países da Europa.

O Café é uma bebida universal, desde os mais simples aos mais nobres cidadãos brasileiros tomam café, e ele é encontrado desde a cozinha mais sofisticada àquela casinha de sapê das regiões mais simples e afastadas do Brasil.

Parar em uma cafeteria é um costume de muitos brasileiros, existem aqueles que preferem tomar em uma padaria, e Divinópolis, além de inúmeras cafeterias (como citei na coluna anterior) possui ótimas padarias, como as tradicionais e mais antigas como a Rosecler, a Pão Caseiro, como as modernas Pane Di Caetani e a Chica Padoka entre muitas outras.

Qual a sua padaria preferida? Me diga, só por curiosidade.

 

1º Encontro da Confraria do Livro

Acontece hoje o primeiro encontro da Confraria do Livro, um grupo criado por Lázaro Bueno, reúne escritores, poetas, editores e apaixonados pela literatura. O encontro é aberto para quem quiser chegar, sugere-se que levem livros para doar, vender, comprar, emprestar, enfim movimentar.

O encontro é no AlmaZen, na Av. Contorno  (final da 21 de abril) entre  as ruas Alagoas e Rio Grande Norte.

 

Alguns trechos de frases a respeito do tema abordado

 

Amanhã de manhã

Vou pedir o café para nós dois

Te fazer um carinho e depois

Te envolver em meus braços

(Roberto Carlos)

 

 

Nelson Rodrigues repetia “A Vida como ela é...”

Eu sempre digo “A vida é como o café...”

(Welber Tonhá)

 

Meu amor meu amor

Me faz um cafezinho

Com aroma e com carinho

(Jorge Ben Jor)

 

Talvez, se você viesse depressa, o café não esfriaria. Porque café, assim como o amor, quando requentado dá embrulho no estômago.

(Caio Fernando Abreu)

 

O brasileiro só tem três problemas: café, almoço e jantar.

(Chico Anysio)

 

Pegue uma xícara de café e vá despejando leite nela, uma hora nem irá perceber que existiu café ali.

(Malcolm X - Al Hajj Malik Al-Shabbaz)

 

Aqui no Brasil, o amor também foi mote do café

(Marisa Monte)

 

 

 

Tem pauta sobre a cultura? Envie para [email protected]

 

Imortal da Academia Divinopolitana de Letras, cadeira nº 09

Historiador, escritor, pesquisador, fotógrafo e fazedor cultural.

Instagram: @welbertonha

 

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