Batendo Bola: Enfim, o alívio

 

José Carlos de Oliveira

 

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Foi com sofrimento, mas enfim o Cruzeiro está matematicamente livre de um novo desastre, o que seria retornar à Série B apenas um ano depois, dando mais um ano de sofrimento para seus fiéis torcedores.

Pode até não ter sido como alguns queriam, e como fizeram acreditar os resultados das primeiras rodadas do Brasileirão, mas a campanha do time azul no certame nacional não foi mais do que aquilo que já era esperado. 

E a torcida tem mais é que festejar a permanência na elite, em vez de ficar a lamentar o fato de o time não ter ido mais longe no nacional. Desde o início da competição – pelo menos para os torcedores mais lúcidos – era isso que podia se esperar da Raposa em sua volta à Série A: a permanência. 

Ir além, seria pedir demais.

 

Reconstrução

 

O que esta turma que fica a criticar pelas redes sociais – torcendo contra o próprio time, que dizem amar – tem que entender de uma vez por todas é que ainda levará algum tempo para o Cruzeiro tapar o rombo que foi deixado pelas administrações anteriores, e o que Ronaldo e seus parceiros de SAF não podem fazer hoje é endividar ainda mais o clube. O trabalho de reconstrução da Raposa tem que ser feito com os pés no chão, sob pena de piorar ainda mais a situação. 

Esta é a verdade, não há outra.

 

Novos tempos

 

O que a China Azul pode ter certeza – e até convicção – é que 2024 será sim bem diferente, e os investimentos no futebol serão bem maiores do que aconteceu neste ano. Não tenho nenhuma procuração para defender a atual diretoria, mas me apego aos números para fazer esta afirmação, e contra números não há argumentos.

 

Dinheiro da TV

 

Para começo de conversa, esses ‘torcedores do contra’, devem saber – se é que já não sabem ou fingem de desentendidos – é que as administrações anteriores além de deixarem o clube endividado comprometeram também as receitas futuras, recebendo de forma antecipada a ‘grana’ da TV, que somente a partir do próximo ano voltará a entrar nos cofres do Cruzeiro, um dinheiro que por certo será investido no futebol (além de diminuir as dívidas).

 

E tem mais

 

Tem sim. Estes que só sabem reclamar, deveriam sim era estar festejando o ano, pois ele não foi de todo perdido, como pregam alguns, e até título nacional foi festejado na base. Ou se esqueceram da conquista da Copa do Brasil pelo time Sub 20? E teve sim muito mais, com títulos estaduais no Sub 20, Sub 17, no feminino, e ainda acabou na última semana de se garantir na final do Sub 14, contra o América, com goleada de 4 a 0 sobre o Atlético numa das semifinais, e é sim na base que os grandes clubes podem (e devem) apostar suas principais fichas.

 

Com as duas mãos na taça

 

O maluco Campeonato Brasileiro 23 vai chegando ao seu final – última rodada será disputada amanhã – dentro daquilo que já era esperado desde o princípio, com Palmeiras, Flamengo e Atlético brigando cabeça a cabeça pela ponta da tabela. O que aconteceu de anormal foi a campanha surreal do Botafogo no primeiro turno. Aí sim foi algo fora da curva. 

E pelos números de hoje ,o Palmeiras já está com as duas mãos na taça, e só um desastre a tira do Aliamz Parque. Matematicamente, Galo e Urubu ainda podem ser campeões, mas a tarefa é praticamente impossível de se tornar realidade. 

 

Números não mentem

 

E novamente são os números que atestam essa verdade. Atleticanos e flamenguistas entram na rodada final com chance sim de serem campeões, mas para transformar o sonho em realidade terão que superar números quase que imbatíveis. 

Nem tanto pela pontuação – afinal são 69 para o Palmeiras (20 vitórias), contra 66 de Atlético e Flamengo (19 vitórias) – e pode até dar um tríplice empate na ponta, desde que vençam seus jogos e o Cruzeiro derrote o Palmeiras, mas é no saldo de gols que o caldo engrossa. A diferença é muito grande – Palmeiras (31), Atlético (23) e Flamengo (15) – diferença quase que impossível de se tirar em apenas uma rodada.

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