Batendo Bola: Caso de polícia
José Carlos de Oliveira
Caso de polícia
Não é de hoje que o futebol brasileiro anda numa maré de violência que dá medo. E o que é pior: com as autoridades passando a mão na cabeça dos marginais travestidos de torcedores, que certos da impunidade se sentem à vontade para transformar os estádios em verdadeiros campos de batalha, pois têm a certeza da impunidade.
E enquanto não vermos uma tragédia se materializar, com dezenas de mortos e feridos, é isso o que veremos sempre, dia após dia, sem termos a quem recorrer.
Falha da Justiça
E no Brasil dos ‘manés’ não poderia mesmo ser diferente. Aqui pelas nossas bandas o tal dos ‘direitos humanos’ se transformou no ‘direito dos manos’ e com isso os marginais se sentem à vontade para aprontar o que bem entendem. Mas vamos deixar isso para lá e focar apenas no que interessa, o futebol, que também sente na pele a impunidade que reina em terras brasileiras.
Punição aos clubes?
Recentemente vimos Cruzeiro e Coritiba (e deve acontecer agora também com o Santos) serem punidos por causa da ação de alguns marginais travestidos de torcedores que fizeram do Durival de Britto uma arena de guerra, e que seguem aí livres e soltos, com suas vidinhas normais, como se nada tivessem feito. E esta é a pergunta que devemos sempre fazer: por que punição aos clubes e não aos baderneiros?
Enquanto esta equação não for invertida é isso que sempre veremos, e a violência nos estádios só tende a aumentar dia após dia.
Como um vírus
O pior nesta história de terror é que estes marginais são tratados como heróis pelos seus colegas, e sabendo que nunca receberão punição merecida por seus atos, seguem aprontando das suas, e servindo de exemplo para outros, com o terror se espalhando para todos os cantos do Brasil, seja em torneios de futebol profissional ou mesmo amadores.
Inimigos
E esta história não vem de hoje. Até parece que as pessoas perderam o senso de humanidade e hoje enxergam seus adversários como inimigos a serem batidos e exterminados. E as ditas torcidas organizadas até parecem fazer disso seu principal lema, atraindo para seus ‘grupinhos’ o pior que existe entre a população das cidades.
O que fazer?
Devemos parar um pouco e refletir sobre o que vem acontecendo nos estádios e tratar de cortar o mal pela raiz, dando punição a quem mereça ser punido e tratando as pessoas de bem com o devido respeito. Temos que parar de falar e começar a agir, para que os estádios voltem a ser para encontros de famílias. Cadeia a quem mereça e é tudo que se pode pedir.
Em Divinópolis
Agora mesmo Divinópolis viveu um dia de terror no fim de semana, com confusão e briga em um campo de futebol, onde as pessoas deveriam estar para se divertir e não tentar matar uns aos outros. Não há como explicar que pessoas, seres humanos ditos normais, possam partir para a briga em um jogo de futebol, quando deveriam era se divertir, com perdedores e vencidos se confraternizando uns com os outros.
Falta comando
Mas, aqui podemos até ter uma explicação para este caos. Há tempos que o futebol, assim como o esporte da cidade como um todo, carece de comando. É cada um por si, com times e organizadores de campeonatos e torneios, competindo entre si para saber quem é pior que o outro.
E enquanto não pararem com este ego assoberbado e entrar de vez em um consenso, será sempre isso. Lamentável.