Bandeira verde de energia entra em vigor em 16 de abril

Conta de luz deve ter redução de cerca de 20% a partir do próximo mês

 

Da Redação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou ontem, pelas redes sociais, o fim da bandeira de escassez hídrica na conta de energia. Com isso, a tarifa volta, a partir do próximo dia 16, para a bandeira verde, a mais barata. Criada no ano passado, devido à crise de falta de água nos reservatórios, a cobrança extra estava prevista para ser encerrada apenas em maio. 

Antecipando-se à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável por definir quais serão as bandeiras tarifárias a cada mês, porém endossado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o presidente compartilhou pelas redes sociais a seguinte mensagem: "Bandeira verde para todos os consumidores de energia a partir do próximo dia 16”. 

Com a mudança, a expectativa é de redução considerável no valor pago pelos contribuintes. 

— O retorno da bandeira verde resultará em uma redução média de cerca de 20% na conta de luz do consumidor residencial — informou o órgão.

Em nota oficial, o Ministério de Minas e Energia informou que, confirmando-se as previsões meteorológicas, a bandeira verde deve permanecer ao menos até dezembro.

— Com a redução de custos, o Governo Federal antecipou o fim da bandeira de escassez hídrica para 15 de abril. E mais, com a manutenção das atuais condições de chuva, a perspectiva é de bandeira verde até o fim do ano — comunicou.

 

Falta de chuvas

A tarifa extra entrou em vigor no ano passado. A crise hidrológica afetou o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte de geração de energia no Brasil. 

— Em 2021, o Brasil enfrentou a pior seca já registrada na história. Para garantir a segurança no fornecimento de energia elétrica, o país utilizou todos os recursos disponíveis e o governo federal teve que tomar medidas excepcionais. Com o esforço dos órgãos do setor, o país conseguiu superar esse desafio, os reservatórios estão muito mais cheios que no ano passado e o risco de falta de energia foi totalmente afastado— acrescentou o MME.

De acordo com o governo federal, foi a pior seca em 91 anos.

As ações tomadas pelo Governo, aliadas à ocorrência de chuvas, permitiram a redução das termelétricas ligadas. Com essa medida e o aumento da produção das hidrelétricas e das fontes eólica e solar, os custos serão menores durante o próximo período seco, que vai de maio a novembro. Isso se traduzirá em menores tarifas para os consumidores — finalizou.

 

Bandeiras

Verde: tarifa sem acréscimo;

Amarela: aumento de R$ 1,874 para cada 100 kWh consumidos no mês; 

Vermelha: aumento de R$ 3,971 para cada 100 kWh no patamar 1 e R$ 9,492 para cada 100 kWh no patamar 2;

Escassez hídrica: cobrança de R$ 14,20 para cada 100 kWh.

 

Reservatórios

Em Minas Gerais, o reservatório da usina de Furnas, um dos principais do país, terminou março acima de 80% do volume útil. Já outro grande reservatório, o de Três Marias,  está com 94,3% de volume útil.

Os reservatórios das usinas hidrelétricas aumentaram o armazenamento de água de forma significativa, em comparação ao fim de janeiro, com as últimas chuvas, especialmente nos primeiros 20 dias de fevereiro, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. A exceção foi a região Sul, que apresentou melhora somente na última semana de fevereiro. A informação é do Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro de fevereiro, publicado nesta segunda-feira, 4, pela Secretaria de Energia Elétrica (SEE), do MME.

Os reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste estão mais cheios em relação ao mês de janeiro de 2022 nas seguintes proporções: subsistema Sudeste/Centro-Oeste em 16,4 p.p., Norte em 8,7 p.p., e o Nordeste em 8,4 p.p. Já no subsistema Sul, observou-se esvaziamento de 7,2 p.p. em relação ao mês anterior.

Também foi constatada a otimização energética, com contribuições relevantes de exportação de energia do Norte do país aos demais subsistemas, bem como a expansão do sistema elétrico brasileiro, cuja capacidade instalada total de geração de energia elétrica atingiu 191.936 MW, incluindo geração distribuída (GD). Em termos da transmissão, foram incorporados, em fevereiro de 2022, 1.480 km de linhas.

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