Balanço de janeiro revela alta de 4% no preço dos hortigranjeiros

Previsão é que o impacto do clima na oferta e no preço possa ser sentido somente após o primeiro trimestre

 

Jorge Guimarães 

Os preços mostram que está cada dia mais difícil fazer compras em supermercados, mercearias e sacolões sem sentir no bolso a alta, em geral, dos itens do segmento de alimentação. O carrinho está cada dia mais vazio e a conta no caixa mais alta. Essa é a nova realidade dos consumidores, que precisam rever alguns hábitos na hora de fazer compras para tentar minimizar a alta dos preços.

— Os preços disparam, principalmente dos alimentos, e o brasileiro tem que criar o hábito de saber substituir certos alimentos. Eu quando tinha bar já fazia isso e, sem mexer muito no cardápio, escolhendo opções mais baratas que mantém a qualidade da alimentação. Por isso, o consumidor tem que pesquisar bastante antes de ir às compras — avaliou o agora aposentado Hailton Ferreira.   

 

Alta 

E essa luta diária, para conseguir economizar, já é uma sina do povo brasileiro, que, entra ano sai ano, tem que fazer mágica para colocar alimentos dentro de casa. E 2022 não começou diferente - depois de alta de 7,3% em 2021, em especial os hortigranjeiros, setor formado por hortaliças, frutas e ovos, apresentaram um aumento médio de 4% no preço, em janeiro deste ano em relação a dezembro de 2021, no atacado do entreposto da CeasaMinas, maior fornecedor do setor em todo o estado. 

O grupo das hortaliças, constituído por legumes e verduras, foi o responsável por pressionar a alta, tendo ficado, em média, 20% mais caro. As frutas apresentaram queda média de 8% no valor, e a cotação dos ovos recuou 14,4%. A previsão é que o impacto do clima na oferta e no preço possa ser sentido somente após o primeiro trimestre.

 

Clima

Tradicionalmente, as chuvas afetam sobretudo as hortaliças-fruto e as folhosas, produtos mais sensíveis. São exemplos o quiabo, com alta de 28,2%, e o repolho 43,8%. Há também situações nas quais a dificuldade na colheita é o que reduz a oferta de alguns produtos, a exemplo de cenoura, cujo preço foi 91% maior no período, beterraba (39,2%) e batata (37,8%).

Entre as hortaliças que apresentaram redução de preço estão milho-verde (-38,2%), mandioca (-5,5%) e alho brasileiro (-4,6%).

 

Frutas

No grupo das frutas, os principais recuos nos preços foram verificados com mamão-formosa (-28,5%), limão-tahiti (-20,2%), banana-nanica (-17,9%) e maçã nacional (-15%).

Das altas, merecem destaque melão (36,5%), pêssego (24,4%), manga (18,9%), banana-prata (12%) e melancia (11,2%).

 

Ovos

Já a redução do valor dos ovos é resultado, principalmente, do aumento de 7,9% do volume ofertado no entreposto. Mas o consumidor deve ficar atento, pois a tendência é de reação nas cotações dos ovos, como normalmente é verificado após o fim das férias escolares.

 

Preços

A reportagem esteve em uma loja de supermercado e em um tradicional sacolão da cidade, ontem.

— Não está tendo mercadoria para a gente comprar. E quem tem pede um absurdo no preço da mercadoria. Assim, nós vamos ter que aumentar nossos preços nos próximos dias, infelizmente — avaliou o gerente do sacolão, Fábio Oliveira.

Já no supermercado, o tomate longa vida e o chuchu eram comercializados a R$ 6,99, cenoura vermelha e abobrinha mineira a R$ 7,99. O pimentão verde saía por R$ 12,90 e o repolho, a batata, o pepino, o cará, a abobrinha híbrida e a beterraba a R$ 4,99. Já a berinjela estava a R$ 7,99, cebola branca R$ 2,29 e cebola roxa era vendida a R$ 6,99.

— Nós temos que ter o hábito de pesquisar antes, sair de nossa rotina de ir sempre no mesmo local, comprar as mesmas coisas. O que eu faço é ficar de olho nos produtos da safra — disse a dona de casa Rosemeire Vasconcelos. 

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