Avança

Preto no Branco

A previsão da Prefeitura em relação a buscar uma nova empresa para gerir a UPA parece caminhar dentro do prazo.  Nove empresas se inscreveram para participar do processo licitatório e ontem houve a abertura dos envelopes. Após o rompimento do contrato com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), em outubro do ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) cravou para abril deste ano o mês para se iniciar uma nova gestão.  Com o pontapé de ontem,  tomara que o processo acelere e tudo se encaixe dentro do prazo. Quem sabe desta vez a unidade de saúde “tira o pé da lama”. Vai ser azarada assim com administrações, coitada. Aliás, infeliz do povo — a maioria, diga-se de passagem que precisa do serviço. Padece, mesmo tendo garantido na Constituição Federal o direito a um atendimento digno. O que existe no papel, é claro, como ocorre com a maioria das leis brasileiras. Quando funciona, é só para rico. 

Intervenção 

Na reunião do dia 10 de outubro, quando o Instituto foi comunicado pelo prefeito Gleidson Azevedo (PSC), a vice Janete Aparecida, mesmo partido, e o secretário de Saúde, Alan Rodrigo, sobre a rescisão do contrato, ficou definido que haveria intervenção da Prefeitura no período de transição. De lá para cá, além da pessoa designada, o secretário e o próprio prefeito têm marcado presença constante na unidade de saúde. Acompanham de perto os trabalhos nos feriados, fim de semana e até à noite. No entanto, não vem surtindo efeito, quando se trata de superlotação e reclamações. O atendimento no centro de triagem nesta semana é um exemplo. Choveram de denúncias alegando desorganização e tumulto. É sempre assim, quando não é por uma situação é por outra. UPA é sinônimo de problema. Quem sabe, daqui um tempo, a realidade não seja outra. Sonhar não custa nada. Acreditar, torcer e ajudar também não. 

Inadmissível 

Falar em sonho e esperança, não tem como não se remeter ao Hospital Regional. Na verdade, para muita gente, como o prefeito Gleidson, se transformou em um pesadelo. Uma cena dele próprio nesta terça-feira ajoelhado em frente ao hospital pedindo socorro ao governador Romeu Zema (Novo) para terminar a obra ganhou muita adesão. E era esperado. Assim como a UPA é um assunto polêmico e dolorido de se tocar. Não é de hoje que muitos anseiam por seu funcionamento. Depois de anos de jogo de empurra, o dinheiro está na conta, mas esbarra na burocracia. Simplesmente inaceitável em termos de necessidade das prefeituras e de pacientes e, em especial, neste momento da volta crescente de internações, mas aceitável em um país de faz de conta. Isso mesmo. Os poderes representativos fazem de conta de trabalham e a população finge que acredita. E o pior: aceita. 

Como assim? 

A A Câmara de Divinópolis por meio do seu presidente, Eduardo Print  Jr. (PSDB), divulgou informação na tarde da última terça-feira, afirmando que vereadores, servidores, trabalhadores terceirizados e prestadores de serviços teriam que apresentar comprovante de vacinação para entrarem na  Casa,  isso até o dia 29 de janeiro. Medida estabelecida na Portaria Nº CM-021/2022 de 24 de janeiro e publicada no Diário Oficial dos Municípios no dia 25. Fez um alvoroço danado, uns aplaudiram, outros reclamaram, como sempre. Agora vem na quarta-feira dizer que não é bem assim. Quem não apresentar não será barrado. Ah, me ajuda! Isso tem nome: engana bobo. Essa decisão e nada é a mesma coisa. Ou age com todos igualmente, ou deixa a coisa correr frouxa. É sabido que muitos vão omitir ou mentir. Especialmente, os donos da verdade, até mais sabidos do que a ciência. Sinceramente? Gastou tempo, papel e publicação à toa. 

Qual é a lógica? 

Se alguém do Legislativo puder explicar, agradecemos. Na verdade, muita gente que foi enganada com a notícia e queria mesmo que se tratasse de uma medida séria. E seria acertada, pode ter certeza. O fato de as autoridades responsáveis não obrigarem ninguém a se vacinar não proíbe nenhum órgão de tomar essa decisão, como fez o Ministério Público Federal (MPF). Se tratando, principalmente, de locais onde o fluxo de pessoas é muito grande. É uma questão de saúde pública e pensar no outro. 

 

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