AUTISMO NA INFÂNCIA: o que os pais mais precisam saber?

 

Denis Constante 

É necessário que os pais fiquem atentos a alguns aspectos do desenvolvimento da criança, apresentações de comportamento agressivo, antissocial e bastante repetitivos formam uma tríade bastante comum em crianças autistas. Mas, a presença de um desses três componentes não define um diagnóstico e tampouco o grau do Transtorno do Espectro Autista.

  A combinação dos componentes acima reflete um transtorno no desenvolvimento neurológico das crianças, onde a falha na capacidade de interagir, comunicar e a apresentação de comportamentos repetitivos, geram padrões restritos de interesse, e a partir daí o aprendizado começa a exigir medidas diferentes das convencionais.

O aprendizado de uma criança autista segue forma e ritmo muito peculiares e quase sempre individualizados. A atenção da família para com a criança é fator determinante para favorecer um diagnóstico precoce e eficiente. Observar os comportamentos em diferentes fases do desenvolvimento contribui para o encaminhamento a um profissional habilitado a diagnosticar. Nos primeiros meses de vida, verificar se o bebê mantém contato visual com a mãe. No período de 8 a 9 meses as crianças tendem a olhar para a pessoa que lhe chama pelo nome, e no autismo isso costuma não acontecer. Desinteresse nas expressões faciais do adulto, por isso, não costumam perceber se o adulto está irritado, triste, contente etc.. Detectar essas características é parte de um grande desafio aos pais que a partir disso poderão procurar uma rede de apoio terapêutico, composta por neurologia, psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia e pedagogia que oportunizem um núcleo de estimulação direcionado às necessidades dessa criança.

Percebam que a primeira etapa do desafio é a do esclarecimento, por existir uma falta de conscientização sobre o transtorno, em seguida estabelecer condutas que ajudem na aceitação e orientação dos próprios pais no controle da ansiedade quanto ao destino do desenvolvimento dos filhos.

Nos dias atuais, já podemos ver que existem adultos autistas independentes, constituem família, estão inseridos no mercado de trabalho. Em outro nível, existem os que precisam de algum tipo de ajuda para interagir e se comunicar com as pessoas. E no estado mais grave, as pessoas que são totalmente dependentes.

Conscientizar-se sobre o que é, como e quando tratar, e se pautar em expectativas reais de desenvolvimento irão contribuir muito para o sucesso da criação dos pais de uma criança autista e consequentemente, para o melhor desenvolvimento da mesma.

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