Audácia

Audácia 

Incrível como os grupos criminosos, ou o bandido que seja, estão cada vez mais audaciosos, sem medo e certos da impunidade. Chega ao ponto de assaltante fazer o quer em um estabelecimento e ainda dar “tchauzinho” para as câmeras de segurança. É brincar com as autoridades e dar um tapa na cara das polícias, que dão a vida nas ruas para proteger a população. Foi o que aconteceu em um roubo no distrito de Crucilândia nesta semana. Começaram roubando um carro em Divinópolis, emendaram com esse assalto, levaram o que deram conta e agiram exatamente como descrito acima. Com as imagens, é possível que a polícia chegue ao bando. O problema é depois. Se ficarem presos, certamente nem esquentarão a cela e sairão de lá já com outro plano mirabolante na cabeça. E assim, a Polícia Militar e a Civil seguem “enxugando gelo”. 

Nem aí 

Outro exemplo nesta semana confirma a tese da insolência e o “nem aí” para as autoridades de segurança pública. Nesse caso, para milhares de consumidores também lesados na compra de produto falsificado. Nem precisa dizer qual é o assunto, mas, para quem não acompanhou, a coluna se refere a mais uma grande apreensão de sabão em pó falsificado. Quem achou que as três ações no ano passado seriam suficientes para espantar a organização criminosa se enganou completamente. Seguiram firmes, fortes e ganhando muito dinheiro com a prática ilegal. E foram além: ampliaram o “negócio escuso” para mais três cidades. Anteriormente restrita a Nova Serrana, se estendeu para São Gonçalo do Pará, Itaúna e Divinópolis. No entanto, desde a primeira apreensão, a Polícia Civil seguiu no encalço da organização e conseguiu fazer mais um grande trabalho nesta segunda-feira, quando encontrou os novos endereços usados para a falsificação. É o fim, agora? É possível que não, visto que apenas uma pessoa foi presa. Pode anotar. Daqui alguns dias ou meses um novo lugar, talvez em outra cidade, vai brotar, infelizmente. Isso, se esse que foi preso não estiver à frente do crime ou for um dos integrantes. O certo é que, na prisão, ele não estará. 

Também é crime 

Na continuidade da investigação, a PC identificou um supermercado com duas lojas na cidade com o produto falsificado na gôndola. Foi apreendido e as apurações seguem no sentido de se descobrir se o proprietário foi enganado pelo grupo ou sabia do esquema. Tomara que seja a primeira opção, levando em conta que o receptor é tão criminoso quanto o vendedor. O supermercado se defende e diz estar disposto a colaborar com a investigação e foi além: disse ser leviano achar que só no estabelecimento havia o sabão falso, em muitos outros na cidade. Isso significa que vem mais bomba por aí. 

Vai ter fim?

Quando se afirma que polícia está só está “enxugando gelo” é a mais pura realidade e não é de hoje. Os próprios bandidos já conhecem os policiais, de tantas vezes que já os prenderam.  Tem jeito?  Talvez. Se a  legislação brasileira fosse mais séria e alguns  representantes do Ministério Público (MP) fossem mais determinados a conter a criminalidade e certos juízes interpretassem a lei sob um olhar mais rígido, sem dúvida, tantos criminosos não estariam soltos ou reincidindo tantas vezes a prática de crimes. A tal “ordem de soltar” independentemente do crime cometido é cada vez maior, enquanto a população  é a principal refém. 

Criminalidade reduzida 

Esse foi o principal assunto destacado pelos comandantes da 7ª Região da Polícia Militar e do 23º Batalhão da PM, coronel Wemerson Lino Pimenta e o tenente-coronel Erlando Ferreira da Silva, respectivamente, na solenidade que comemorou os 30 anos do 23º em Divinópolis. O evento realizado na manhã desta quarta-feira no auditório da faculdade Pitágoras teve convidados de diversos setores e homenagem a ex-comandantes, veteranos e parceiros da PM. Muito organizado, como é de praxe da corporação, fez jus à data tão importante. Parabéns a todos os envolvidos, ao Batalhão pelas suas três décadas de atuação e, principalmente, a todos os militares, àqueles que estiveram ou ainda estão enfrentando os perigos nas ruas, sem dia, sem hora e sem saber se voltam para casa. 

 

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