APRENDER PARA ENSINAR

Elismar José Alves

APRENDER PARA ENSINAR

Para falarmos bem temos que dominar o assunto que queremos falar. Segundo estudos do psiquiatra americano William Galsser (1925-2013), de acordo com sua teoria da escolha para educação, o professor é um guia para o aluno e não um chefe. Glasser explica que não se deve trabalhar apenas com a memorização de dados, porque a maioria dos alunos simplesmente esquece os conceitos após a aula. Define assim uma pirâmide para a aprendizagem onde aprendemos: 10% quando lemos; 20% quando ouvimos; 30% quando observamos; 50% quando vemos e ouvimos; 70% quando dialogamos com os outros; 80% quando fazemos e 95% quando ensinamos aos outros.

Diante disso, podemos relacionar estes ensinamentos dentro do ambiente da Oratória Filosófica, e dizer que quando vamos falar algo, muito mais além dos recursos pedagógicos que podemos ter, deveremos refletir sobre o assunto para desenvolvermos uma vivência pessoal do tema. Somente poderemos oferecer algo, uma vez que tenhamos aprendido. Primeiro aprendemos e depois ensinamos. Conquistaremos uma capacidade de síntese e claridade nos ensinamentos que transmitimos à medida que tivermos alguma, por pequena que seja, vivência interior do assunto a ser transmitido.

Para qualquer idéia superior ou arquétipo vão existir bases intelectuais fundamentais para a sua compreensão e transmissão. Qualquer Educador deverá possuir a virtude do convencimento, visto que “convencer” vem do latim CONVINCERE, que quer dizer: “provar que algo é verdadeiro ou não”, e COM, “junto”, mais VINCERE, “dominar, prevalecer, vencer”.  Ou seja, levar alguém a reconhecer uma verdade. Desta forma ninguém levará alguém à determinada conquista sem antes ter conquistado ele próprio.

Sabemos que dentro de cada homem, no seu mais profundo Ser, habita um “falador silencioso”, que seria um “Divino”. E acessar este manancial Espiritual seria nossa grande conquista. Inclusive o nosso grande problema, é exatamente a falta deste “canal” para  expressarmos esta beleza que guardamos dentro. Inspirado por Platão, diria que a Justiça não morre por “Ser Eterna”, precisamos apenas de canais de expressão, ou seja, Homens Justos.

Da mesma forma que um rio deixa suas águas saírem para receber mais, da mesma forma que sentimos sede e bebemos água e amanhã precisaremos de mais, da mesma forma o conhecimento deve ser buscado sempre. Ensinamos hoje e seguiremos buscando mais vivências para seguir sempre ensinando e cada vez melhor.

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