Anexo do presídio Floramar é inaugurado após quase 10 anos
Construção dobra a capacidade da unidade prisional; ao todo, serão 547 vagas
Anna Flávia Alves
Quase um década de espera e, finalmente, o anexo do presídio de Divinópolis foi inaugurado. A solenidade foi na última quinta-feira, 16, com presença de autoridades locais e estaduais. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), com a nova estrutura, a capacidade da unidade prisional irá dobrar. Assim, o presídio terá 547 vagas no total e já está pronto para receber os detentos.
Anexo
Orçado em R$ 13,7 milhões, o anexo foi construído com recursos do governo federal e do Tesouro Nacional. O anexo tem capacidade para 306 vagas, constituída por duas alas e 38 celas. Possui, ainda, salas de aula e informática, galpão de trabalho e local para o atendimento dos advogados.
Diferencial
Segundo a Sejusp, o espaço possui diferenciais que visam garantir tanto a dignidade quanto a segurança.
— O diferencial na segurança deste anexo é uma passarela superior, na qual os policiais penais têm ampla visão e controle do corredor dos alojamentos, bem como das áreas de vivência e salas multiuso. Por meio deste acesso, os servidores fazem a liberação dos custodiados para o trânsito interno, sem a necessidade de contato físico — explica a secretaria.
Linha do tempo
Assim como outras obras importantes para Divinópolis, o Jornal Agora acompanhou todo o desenrolar da obra de ampliação do presídio, desde o anúncio até a inauguração na semana passada. O prazo para a entrega da obra, que começou em 2014, foi se estendendo com o tempo. No começo, o anexo estava previsto para ser concluído em 2015, mas foi prorrogado para o ano seguinte.
Em 2016, a reportagem mostrou que a superlotação do presídio foi incluída em um relatório feito pelo Ministério Público (MP) e enviado à Câmara. Na época, a ocupação era de aproximadamente 700 detentos para menos de 300 vagas.
Já em 2017, o assunto voltou a ser notícia pela pouca movimentação na obra. Na época, a resposta era de que a inauguração seria no primeiro semestre do ano.
Em 2018, a assessoria de comunicação do governo do Estado confirmou ao jornal que as obras estavam paralisadas desde o final de 2016. A retomada aconteceu apenas em 2019.
Presídio
Criado em 1998, o Floramar tinha capacidade para menos de 300 presos, mas sempre tinha mais do que o dobro da capacidade. A superlotação era constantemente denunciada por familiares e confirmada por autoridades judiciais responsáveis pelas vistorias na unidade. Houve uma época, conforme também relatado pelo Agora, que os detentos revezavam à noite, enquanto uns ocupavam as camas, outros dormiam de pé.
De uns anos para cá, a lotação não é divulgada pela Sejusp que alega motivos de segurança.
Com a inauguração do anexo e da Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), a expectativa é que este problema seja sanado de vez.
*Com informações da Sejusp e arquivo do Jornal Agora