Análise da água do Itapecerica revela situação preocupante

Estudo faz parte da Expedição “Esse Rio é Meu”, feita pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Pará

Anna Flávia Alves 

A maior cidade da Bacia Hidrográfica do rio Pará recebeu, na última sexta-feira, a visita do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará (CBH), para analisar a qualidade da água do rio Itapecerica. Durante a visita, foram coletadas amostras de água em alguns pontos do do seu percurso, como na altura da praça Candidés. Dois profissionais fizeram a análise, o professor da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), Adriano Guimarães Parreira, e o ambientalista, Jairo Gomes Viana. 

Dois itens foram analisados: a concentração de oxigênio dissolvido na água e a presença de coliformes totais termotolerantes. Porém, segundo os especialistas, o resultado é preocupante.

— Ambos os resultados preocupam, pois a oxigenação da água do rio Itapecerica está abaixo do recomendado pela resolução Conama nº 357, na qual determina que o índice de um rio de água doce não pode ser inferior ao índice 6. O nível demonstrado pelo aparelho é de 3,9, bastante inferior ao recomendado. Além do mais, a análise para a presença de coliformes totais termotolerantes deu positivo, comprometendo a qualidade da água, o consumo e a vida aquática presente nele — apontou a análise.

O presidente do CBH, José Hermano Franco, veio com o comitê participar das visitas da expedição e apontou os problemas encontrados na cidade:

— Em Divinópolis, o problema está bem escancarado, na beirada do rio Itapecerica. A gente sabe desse problema histórico, conversamos com bastante gente sobre isso, essa falta de saneamento, essa falta de tratamento de esgoto, o que chega a ser inaceitável — disse em entrevista ao Agora. 

Tratamento de esgoto 

Ainda durante a visita, o comitê participou de uma reunião na Câmara em que foi citado as estações de tratamento de esgoto. Em resposta ao Agora, sobre a qualidade da água e do esgoto na cidade, a Copasa disse por nota que “a água utilizada para o abastecimento público em Divinópolis atende a todos os padrões de potabilidade exigidos pelo Ministério da Saúde”.

A concessionária disse ainda, que as análises de água não devem considerar indicadores isolados e que está realizando contratações para dar andamento nas obras de ampliação no sistema de coleta e tratamento:

— Atualmente, parte do esgoto gerado pela população de Divinópolis é coletado e transportado até as estações de tratamento - ETE Rio Pará, no bairro Icaraí, e a ETE Rio Itapecerica, no bairro Candelária - onde recebe o tratamento adequado antes de ser devolvido ao meio ambiente — esclarece a empresa.

Expedição 

A expedição "Esse Rio é Meu" passou pela nascente do rio Pará, em Resende Costa, e visitará pontos e municípios importantes ao longo do curso do rio que é um dos afluentes do São Francisco. 

— O comitê vai vir da nascente até a foz do rio com o objetivo de exatamente conhecer o rio. O comitê retomou as suas atividades há dois anos e agora a gente veio para conhecer o rio, conversar com as pessoas, as autoridades e entender quais são os problemas — disse o presidente do CBH, José Hermano Fraco, 

A expedição fará  nesta semana, atividades em outras cidades do Centro-Oeste. Hoje, irão visitar as cidades de Pitangui e Conceição do Pará, enquanto amanhã é a vez de Bom Despacho, Martinho Campos no próximo dia 18, e o encerramento acontece em Pompéu, na foz do rio Pará, no dia 19.

 

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