Amar ainda pode dar certo

Que remédio você tem tomado quando algo te faz mal? Há pessoas que se acomodam no incômodo, encontram zona de conforto no desconforto e não percebem o quão nocivo se torna a si mesmo em virtude do ambiente a sua volta. Sim, não falei errado. A pessoa também se torna nociva, é comprovado que nos tornamos parecidos com o ambiente, as pessoas com que convivemos. A pessoa que está inserida num ambiente hostil fica amarga, perde o brilho e encontra fugas desfavoráveis para a saúde mental e física. Uma vez que a pessoa toma coragem para se remediar e sair deste ambiente, ela precisa da brisa do vento e do reequilíbrio da vida, pois situações que adoecem podem gerar um vácuo no coração de quem não tem afeição no mundo. A pessoa vê o amor e não sente o amor, quando na verdade a desgraça é menor quando o amor é maior. Mesmo em situações difíceis é um consolo, pois quem ama é apoiado, quem ama é consolado, quem ama é direcionado. Quem é realizado não cogita troca, cogita avanço, mas o estrutural a pessoa não cogita. Então você age conforme carrega a convicção de si mesmo. Por isso que há pessoas que aceitam migalhas, que alimentam seu amor com muito pouco, para a manutenção desse amor o mínimo é suficiente, talvez por conveniência, compaixão e pressão social. O que particularmente é inadmissível por mim, uma vez inserido na construção de uma relação, a energia e esforço deve ser em proporção idêntica. Ainda que a situação seja mais complexa para uma das partes, mas uma vez recíproca ela deixa de ser pesada. Quando você se depara com a pergunta: Você criaria um mundo sem dor para alguém? – Isso fala de um amor sacrificial, fala de entrega, tudo isso porque o amor, ele inspira coragem. Na obra de ‘O banquete’ de Platão, não há um amante que seja covarde ao ponto de sucumbir ao medo e abandonar o seu amado e não lutar por ele. Se uma pessoa não fica com o outro quando estes precisam ou não tem coragem de apostar em algo naquela pessoa, isso quer dizer que o que lhe falta não é coragem, senão sentimento genuíno. Afinal, repito, o amor inspira coragem. Do contrário serão conveniências, interesses. Ocorre que existem homens que não dominam seus sentimentos, são escravos de seus desejos, paixões e prazer. Esses não têm o menor merecimento quando praticam ato sem decisão, sem refletir. Eu sou a favor daqueles que sabem guardar o seu coração e tem discernimento de onde correm menos riscos e sabem ponderar exercendo o domínio próprio e entregando num ambiente que emite sinais seguros, racionalidade? Não, equilíbrio. Diante disso, estou certa que o tempo tem a velocidade das circunstâncias, ele é calculado de acordo com o prazer ou a tristeza do que você vivencia. O tempo não é igual para todo mundo. Vocês concordam comigo que então não é acaso, é escolha. Balman afirma que só existe amor próprio quando você é amado. A boa notícia é que se a pessoa tiver perspicácia e um pouquinho de sorte que chamo de providência de Deus, Ele gera possibilidades reais que nos traz a convicção de que o caos antecede a ordem, concluo, portanto, que amar continua valendo a pena.   

 

Por Flavia Moreira. Advogada, pós-graduada em Direito Público, Direito processual Civil, pelo IDDE em parceria com Universidade Coimbra de Portugal, ‘IUS GENTIUM CONIMBRIGAE, especialista em Direito de Família e Sucessões, associada ao IBDFAM e membro do Direito de Família da OAB/MG.

 

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