Agora Express

Osvaldo André de Mello 

Em 1951, as Edições “O Cruzeiro”, Rua do Livramento, 203, Rio de Janeiro, publicou “Cenas da Vida Brasileira” (Suítes Números 1 e 2), de Marques Rebêlo. Na contracapa, o crítico Álvaro Lins esclarece: “... é, sem dúvida, o Machado de Assis da nossa geração”. E ainda se lê a observação da editora: 

“Marques Rebelo é, muito justamente, considerado um dos maiores escritores do Brasil. Seus livros de contos e seus romances obtiveram uma verdadeira consagração por parte da crítica, e estão presentes na lembrança de todos os leitores suas admiráveis páginas, que se ligaram para sempre à sensibilidade do público. Por iniciativa das Edições ‘O Cruzeiro’, todos o livros de Marques Rebêlo estão sendo reeditados, tendo já aparecido os seguintes volumes: Marafa, romance contemplado com o Prêmio Machado de Assis; Oscarina e três Caminhos, respectivamente em segunda e terceira edições e reunidos em um único volume; A estrela sobe, que muitos consideram a obra-prima do escritor, e, por fim, Cenas da Vida Brasileira, que enfeixa primorosas crônicas sobre a vida e os costumes da nossa gente”. 

Nessa última, descobrimos esta curiosa referência sobre Divinópolis: 

“DIVINÓPOLIS — 1940. 

“Positivamente Divinópolis nada tem de divino — a mesma matriz em “estilo novo” de todas as cidades mineiras, as mesmas ruas sem árvores, a mesma desolação da sua pracinha e canteiros chatos, ásperos, modernos. Mas é uma cidade que tem crescido depois que lá se instalaram as grandes oficinas da Rêde Mineira de Viação. Um dia, talvez, crescerão árvores nas ruas e nos jardins. Por enquanto o que a faz digna de menção é um verso de Mário Andrade no “Noturno de Belo Horizonte”: “Divinópolis possui o melhor chuveiro do mundo”. 

No próximo documentário, este pesquisador tem a acrescentar algo a esse verso de Mário de Andrade, abordando a famosa viagem dos artistas do Modernismo brasileiro e francês por terras mineiras.  

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