A guerra e os comediantes no poder

CREPÚSCULO DA LEI – ANO IV – CLXVII

 

A GUERRA E OS COMEDIANTES NO PODER

A guerra e os comediantes do poder

Quando o tema é conflito bélico – seja lá onde for – é fundamental reiterar que os EUA não têm moral alguma para argumentar algo em “defesa” deste ou daquele país. A política externa americana é a maior violadora de direitos humanos do planeta, com um histórico de ataques covardes contra países infinitamente mais frágeis, sempre com o intuito de aniquilar o “inimigo” e expropriá-lo de suas riquezas.

Essa contumácia de violações (inclusive de resoluções da ONU) também se aplica ao estado de Israel, apoiado evidentemente pelos EUA, talvez na praticada genocida mais violenta da história da humanidade:  Contra o povo palestino, um extermínio sistêmico  tão covarde quanto o  triste holocausto, onde a faixa de gaza é, seguramente, o maior campo de concentração a  “céu aberto” do mundo.

Sob essas premissas bem atuais e não noticiadas, fica claro que a grande mídia “Otan” vem distorcendo criminosamente os fatos para os quais foram empurradas Rússia e Ucrânia.

O que ocorre é que a Ucrânia foi vítima de um golpe de estado (2014) patrocinado (cinco bilhões de dólares) pelos EUA, nos moldes bem parecidos com aquele perpetrado no Brasil. Chefiando o golpe a distância estava Obama, “o senhor da guerra”, provavelmente o presidente mais cínico e mais beligerante que aquele país já teve e cujas práticas de confronto agradaram tanto ao “partido da guerra” (democratas + republicanos) que ele foi “agraciado” com o vexatório “Nobel da paz”, sem sequer ter fechado o campo de tortura de Guantánamo.

Juntamente Obama estava seu vice, Biden – sim, ele mesmo –, bem ajustado com o “sistema” do partido Democrata, (vide sua auxiliar de triste memória Victoria Nuland) onde ele (Biden) se julgou no “direito” de ser uma espécie de neocolonizador da Ucrânia, de onde seu filho Hunter recebia 50 mil dólares de uma empresa ucraniana chamada Burisma, em um tipo de embuste nos moldes Moro, Alvarez e Marsal.

Depois do golpe de 2014 a Ucrânia – “governada” a distância pelos EUA – colocou um comediante paspalho na presidência (Zelensky), o que é muito óbvio, pois eles sempre encontram um paspalho como “testa de ferro” de seus interesses (vide Brasil), através do qual a elite oligárquica – cerca de dez famílias ucranianas – começou a gerenciar o país ao seu lucro e ganho, tudo com apoio de forças neonazistas, forças do private sector, da Black Water (que hoje se chama “Academi”) e até dos Euromaidan (que promoveram ainda em 2014 o famigerado massacre de Odessa). 

Tudo isso acobertado pela mídia “Otan”, capitaneada pelo sistema FOX e suas projeções no Washington Post, New York Times, CBS, CNN, ABC, CBS, NBS, blá,blá,blá, gerando evidentemente a ignorância binária dos bons (eles) contra os maus.

Essa Ucrânia do pós-golpe se encarregou de querer alargar suas fronteiras atacando implacavelmente Donetsk e Luhansk, fazendo vítimas civis sem critério algum. Foram ataques desde 2015 até que a Rússia reconhecesse Donetsk e Luhansk como Repúblicas independentes, passando a protegê-las com a intervenção militar recente.

Conforme Pepe Escobar, a “gota que entortou a coluna do camelo” (red line), para além das anteriores falas do comediante Zelensky – a serviço dos EUA/Otan –,  foi um discurso dele – o comediante – ao provocar a Rússia dizendo que “seu país” poderia voltar a buscar reforço das armas nucleares, quebrando acintosamente o Memorando de Budapeste (1994), favorecendo a Otan.

(A promessa da Ucrânia de não se juntar aos EUA/Otan vem desde Gorbachev, para o fim da União Soviética)

Depois dessa fala – produzida pelo fantoche da Otan – a Rússia adotou o padrão R2P (“Responsability to Protect”) e partiu para a intervenção “shocking all”, que foi inventada pelos próprios EUA ao atacaram a Líbia (conforme ordem dada pelo sorridente Obama, diretamente de um jantar no Brasil, com Dilma).

Evidentemente que as oligarquias – os ricos – da Ucrânia já tomaram seus jatinhos e, de longe, acompanham de camarote o abandono da população (é assim que os EUA fazem com seus “amigos”), enquanto o presidente comediante permanece escondido.

O “shocking all” russo é precedido de aviso mínimo de 24 horas para abandono das instalações. Mais de 100 instalações importantes já foram destruídas. Ao contrário dos EUA (Iraque) e Israel (Palestina) a intenção é não causar danos colaterais, ou seja, privar os civis dessa violência.

De qualquer forma, os EUA já conseguiram grande vitória: o gasoduto Nord Stream 2 (Rússia x Alemanha) já foi interrompido, o que pode comprometer a Nova Rota da Seda (China).

Enquanto tudo isso acontece, aqui no Brasil o palhaço da presidência passa carnaval nas praias de Guarujá e a Globo, pateticamente, entrevista pipoqueiros ucranianos.

 

Dedicado ao professor  Ricardo C. Silva.



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