A cultura ferroviária e o trem de Minas?

 

A ferrovia e toda a cultura que envolve sua existência são muito importantes na história do Brasil, em especial em Minas Gerais. Quando falamos em trem, no Brasil todo se entende uma coisa só. Já em Minas, trem é tudo, mas isso é uma outra coluna que vamos fazer, hoje vou falar da cultura histórica.

 

A primeira ferrovia no Brasil foi trazida por Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá. Ele inaugurou a Estrada de Ferro Petrópolis em 1854, conectando o Porto de Mauá ao bairro de Fragoso, no Rio de Janeiro. O Barão de Mauá desempenhou um papel significativo no desenvolvimento inicial das ferrovias no país.

 

A chegada da ferrovia em Minas Gerais ocorreu na segunda metade do século 19. A Estrada de Ferro Central do Brasil foi uma das principais linhas ferroviárias que se estendeu até Minas Gerais, contribuindo para o desenvolvimento econômico e facilitando o transporte de mercadorias, especialmente minério de ferro. A expansão ferroviária em Minas Gerais aconteceu gradualmente ao longo das décadas seguintes, conectando diversas cidades e impulsionando a economia regional.

 

Minas Gerais possui uma rica história ferroviária, com várias linhas que desempenharam um papel crucial no desenvolvimento econômico e no transporte. Algumas das linhas férreas mais importantes incluem:

 

Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB): Inaugurada em 1889, foi uma das principais linhas que conectou o estado, ligando o Rio de Janeiro a Belo Horizonte e, posteriormente, a cidades do interior.

 

Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM): Construída no início do século 20, conectava Belo Horizonte a Divinópolis, contribuindo para o desenvolvimento da região Oeste de Minas.

 

Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM): Embora conecte o Espírito Santo a Minas Gerais, desempenha um papel essencial no transporte de minério de ferro da região de Minas para o porto de Vitória.

 

Estrada de Ferro Leopoldina (EFL): Operou no leste de Minas Gerais e conectou importantes cidades como Juiz de Fora, Carangola e Muriaé.

 

Estrada de Ferro Bahia e Minas (EFBM): Ligou Caravelas, na Bahia, a Salto da Divisa, em Minas Gerais, facilitando o transporte de produtos agrícolas.

 

Essas ferrovias desempenharam um papel fundamental no transporte de mercadorias e passageiros, contribuindo para o crescimento econômico e a expansão das atividades industriais em Minas Gerais, e sua construção foi transformada constantemente.

 

A construção das estradas de ferro em Minas Gerais ocorreu ao longo de várias décadas, impulsionada principalmente pela necessidade de transportar produtos, especialmente minério de ferro. Aqui está uma cronologia simplificada das principais linhas ferroviárias no estado:

 

1889 - Inauguração da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), conectando o Rio de Janeiro a Belo Horizonte.

Início do século 20 - Construção da Estrada de Ferro Oeste de Minas (Efom), ligando Belo Horizonte a Divinópolis.

Década de 1910 - Início das operações da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que, embora conecte o Espírito Santo, tem um papel crucial no transporte de minério de ferro de Minas Gerais.

 

Década de 1920 - Construção da Estrada de Ferro Leopoldina (EFL), conectando cidades no leste de Minas Gerais, como Juiz de Fora e Carangola.

 

Década de 1930 - Construção da Estrada de Ferro Bahia e Minas (EFBM), conectando Caravelas, na Bahia, a Salto da Divisa, em Minas Gerais.

 

Décadas de 1930-1950 - Durante esse período, várias linhas ferroviárias foram consolidadas, e a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) desempenhou um papel vital no transporte de minério de ferro, especialmente da região de Itabira.

 

Década de 1960 - Início de declínio das ferrovias devido à priorização do transporte rodoviário. A modernização das estradas e rodovias teve um impacto significativo na preferência de transporte.

 

Décadas de 1980-1990 - O setor ferroviário enfrentou desafios econômicos, com a privatização de algumas ferrovias na década de 1990. A malha ferroviária foi reduzida e privatizada, impactando a operação e expansão.

 

Anos 2000 - Algumas ferrovias foram revitalizadas e modernizadas, com investimentos visando melhorar a eficiência do transporte de mercadorias, especialmente minério de ferro, agronegócio e carga geral.

 

Anos 2010 até hoje - O setor ferroviário em Minas Gerais continua a passar por transformações. Projetos de expansão e modernização são implementados para melhorar a conectividade e eficiência logística, embora os desafios persistem.

 

A história recente reflete uma busca por equilíbrio entre as opções de transporte e a revitalização do setor ferroviário para atender às crescentes demandas econômicas e ambientais.

 

Divinópolis teve um papel importante na história ferroviária do estado.  Com sete estações e um posto de troca de bitola, são eles: Henrique Galvão – 1890, Djalma Dutra - 1915, Amadeu Lacerda - 1915, Francisco Braz - 1916, Santo Antônio dos Campos (Ermida)-1916, Assis Ribeiro – 1922, Posto 349 – 1966, e Hélio Torres - 1980.  No entanto, ao longo dos anos, algumas estações foram desativadas ou transformadas. Divinópolis ainda mantém a maior oficina da Rede em toda a América latina e uma Universidade VLi em suas instalações.

 

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Welber Tonhá e Silva 

Imortal da Academia Divinopolitana de Letras, cadeira nº 09

Imortal da Academia de Letras e Artes Luso-Suíça em Genebra, cadeira nº C186

Historiador, escritor, pesquisador, fotógrafo e fazedor cultural.

Instagram: @welbertonha

 

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