A Cultura em acender uma vela
Welber Tonhá e Silva
Embora muitos somente praticam o ato de acender uma vela, sem pensar no significado, ritual ou mesmo representação que aquele gesto pode ter, com certeza deve se sentir melhor com isso, afinal, não conheço história ou fato de que alguém se sentiu mal ao acender uma vela, ou o fez contra a própria vontade. Sendo assim eu entendo que o ritual de acender uma vela representa sempre algo bom, positivo e pode mudar o seu dia.
O simples ato de apagar as luzes e acender velas durante a noite, traz diversas sensações ao corpo humano. Apagar as luzes da casa, do computador, do celular e ceder um tempo para uma iluminação mais sutil, faz com que o corpo e a visão descansem, além de trazer uma sensação de aconchego.
As velas são símbolos ligados à espiritualidade, independentemente de religião.
Segundo a fé cristã, nos momentos em vida, como o batismo, por exemplo, a luz da vela representa a fé que ilumina a vida da pessoa em questão.
Já aos falecidos, acender uma vela representa a ideia de que os entes queridos permanecem ao lado de Deus, na eternidade.
A maneira como uma pessoa lida com a morte de seus entes queridos pode se refletir na maneira como lida com as pessoas que a cercam em vida, uma vez que, de certa forma, representa o valor que se dá à vida em si.
Assim, quando uma vela é acesa aos mortos, simboliza uma ligação entre os seres humanos e um plano superior.
A prática cristã de acender velas está também relacionada com os sacrifícios que se costumavam oferecer quando se fazia um pedido especial a Deus. Costumava-se, nesse tempo antigo, queimar um cordeiro, uma pomba ou outro animal em oferenda, representando assim a "entrega" simbólica de quem pedia. Hoje em dia, acendemos uma vela porque ela representa a devoção de quem a acende, que "se consome" na vela, em adoração ao santo a quem é feito o pedido.
Uma vela pode ir além da religiosidade, desde iluminação de um ambiente escuro, muito utilizada nas casas em épocas em que não havia luz elétrica ou mesmo hoje em dia quando da falta da mesma.
Outra cultura sobre as velas que tem crescido muito é o ato de acender uma vela aromática. Seja para relaxar depois de um dia atribulado, seja apenas para deixar a casa perfumada, acender uma vela aromática é sempre uma ótima experiência.
Inventadas pelos egípcios há pelo menos 5 mil anos, as primeiras velas eram feitas de plantas e insetos. Na Europa, durante a Idade Média, com o uso da cera de abelha, descobriu-se que elas podiam exalar um aroma agradável e doce. Isso era possível devido à sua chama pura e limpa, que contrastava com as velas de sebo feitas até então. Porém, as velas aromáticas eram usadas apenas pelos ricos, já que seu preço era muito alto.
Com a industrialização do século XIX, foi possível baratear e popularizar as velas aromáticas, que caíram nas graças de todo mundo que gosta de perfumes agradáveis.
Esse tipo de vela pode variar tanto em tamanho como em fragrância, embalagem e material.
Os aromas, por meio do olfato, são capazes de acionar o sistema límbico, enviando ao corpo mensagens para uma parte do sistema nervoso, que é responsável pelas emoções, que estimula e possibilita o acesso às mais diversas sensações de bem-estar
São muitos os benefícios no uso das velas aromáticas, para cada situação vivida, uma erva, um aroma. Para os dias pesados, um banho à luz de velas. Escolha as velas aromáticas de acordo com o que seu corpo e mente precisam naquele momento, o aroma é capaz de interferir, inclusive no humor. Ao escolher o aroma, você deve levar em consideração suas preferências pessoais. Eu particularmente me identifico com a de capim-limão que ajuda na concentração e a reduzir o estresse do dia a dia, tem a de Lavanda, ideal para tranquilizar a mente e trazer calma ao ambiente, a de Gardênia que previne a insônia, diminui a ansiedade e sintomas da depressão e de Flôr de Cerejeira que auxilia em sintomas depressivos, atua como afrodisíaco e também purifica e energiza o ambiente. Velas aromáticas são uma ótima opção para presentear alguém. Existe uma infinidade de aromas, essas que falei eu conheço e experimentei com a Rosa CarLu, uma marca aqui de Divinópolis. Vale a pena demais, é só conferir no Instagram @rosacarlustore ou pelo site rosacarlu.com.br.
Alguns trechos de frases a respeito do tema abordado
A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras
(Machado de Assis)
Ela
É sempre doce e bela
Seja em uma aquarela
Em óleo sobre tela
Ou sob a luz de uma vela
(Welber Tonhá)
E, se atravessara o amor e o seu inferno, penteava-se agora diante do espelho, por um instante sem nenhum mundo no coração. Antes de se deitar, como se apagasse uma vela, soprou a pequena flama do dia
(Clarice Lispector)
Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros.
(Padre Antônio Vieira)
Se tens conhecimento, deixa que as outras pessoas acendam as suas velas na tua.
(Thomas Fuller)
Maturidade tem mais a ver com o tipo de experiência que você teve na vida, do que com quantas velas você apagou.
(William Shakespeare)
Milhares de velas podem ser acesas de uma única vela, e a vida da vela não será encurtada. Felicidade nunca diminui ao ser compartilhada.
(Buda)
Orfeu no Teatro Gravatá
Acontece hoje – quinta-feira às 19h30, o tão esperado prêmio Orfeu da Academia Divinopolitana de Letras, o Óscar de Divinópolis, para pessoas e instituições, idealizado e produzido por Augusto Fidélis, escritor e imortal na cadeira nº 26 da ADL
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