A brevidade da vida versus a eternidade

 

Flávia Moreira

Algumas datas marcam a nossa  memória, com um peso especial no nosso calendário. Se tornam um marco vitalício em nossa vida. Nessa semana, precisamente no dia 18, registrou-se a morte repentina de um jovem e reconhecido dentista no Brasil. 

Rafael Puglisi, aos 35 anos de idade, como de prática costumeira, acordou, mas dessa vez foi para fechar a cortina do palco da sua vida no quintal da sua casa. Um acidente doméstico, quando bateu a cabeça na pedra da piscina que conhecia tão bem. Se despediu tão jovem, deixando, além de seu legado profissional, diversos ensinamentos. A notícia repercutiu entre as notas jornalísticas, despertando lamentos e pesar entre seus familiares, amigos, colegas, e muitos famosos, clientes do renomado dentista. 

O ocorrido me causou dado espanto, me rememorou que a vida nada mais é que um sopro. É a oportunidade do homem desenvolver uma relação com o seu Criador, ciente que aqui é passagem, pois a eternidade nos espera e cabe a nós trilharmos o caminho que nos levará até o outro lado.

Tudo isso me remete às falas de Machado de Assis em Dom Casmurro, sobre o olhar para o ontem, tudo porque o dia anterior não merecia ter passado. Mas passa e como passa. E o que fica ? A urgência do viver leve, a necessidade de estarmos em lugares e pessoas assertivas. Entendo que o que não vale nada em alguns lugares, vale muito no lugar certo. É preciso aprendermos a não darmos caráter de eternidade àquilo que é efêmero.

Tudo que não tem futuro rouba o seu futuro. 

É preciso declarar com a boca e crer com o coração.

Concluo que tudo que retira a centralidade do evangelho deve ser rapidamente questionado em nosso viver. 

Sigo acreditando que o orador do tempo leva tudo, sendo essa a marcha ininterrupta da vida. Vivemos em um mundo orientado pelas forças sociais, científicas e religiosas. Mas para nós, filhos do Eterno, nossa vida é Cristo, e tudo o mais deve ser observado a partir dos valores Dele, na Palavra Dele e para a glória Dele. Nele, somente Nele, encontramos significado e paz. 

Sempre que necessário, REDIRECIONEMOS.

Eu poderia utilizar o espaço desse texto para remeter ao direito à vida, abominando o aborto, por exemplo. Incitar temas polêmicos e de suma relevância para o Direito, que me faria estender a escrita em diversas divagações… mas hoje, me reservo no direito de falar sobre a vida , sua brevidade e a eternidade. Muitos falam e preocupam em viver o hoje, não que estejam errados, mas é necessário vislumbrarmos o futuro com os olhos na eternidade.

A palavra hebraica “manôach” significa “lugar de descanso” ou simplesmente “repouso” e  o motivo do descanso.  Nele há descanso, é que o Senhor é generoso; portanto, voltemos nossa alma a esse descanso, seguros que Deus é a VIVA esperança. 

Por Flavia Moreira. Advogada, pós-graduada em direito Público, Direito Processual Civil, pelo IDDE em parceria com Universidade Coimbra de Portugal, ‘IUS GENTIUM CONIMBRIGAE, especialista em Direito de Família e Sucessões, associada ao IBDFAM e membro do Direito de Família da OAB/MG.

 

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