A bondade

A bondade

Ômar Souki

Bondade é amor em ação. “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha” (I Coríntios 13, 4). Assim como a humildade é a raiz das virtudes, a bondade é a síntese. O nosso destino, como filhos de Deus, é sermos bons, assim como o Pai é bom. Como disse Jesus: “Sejam perfeitos como o Pai é perfeito!”.

 

“O Deus de bondade e misericórdia recompensará magnificamente não somente as ações brilhantes realizadas para ele, mas ainda o simples desejo de servi-lo e de amá-lo, pois ele vê tudo, seu olho penetra o fundo dos corações, os mais secretos pensamentos não lhe são escondidos” (Santa Teresinha do Menino Jesus).  Santo Agostinho disse que não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos que determina a bondade ou a malícia.

 

Meu carro tinha furado um dos pneus e eu me preparava para trocá-lo quando, do nada, apareceu um caminhão que parou atrás de mim. O motorista desceu e se ofereceu para trocar o pneu. Usou o seu próprio macaco e fez o trabalho com incrível agilidade. Eu nem sabia como agradecer por tamanha bondade. Em outra ocasião, meu carro tinha caído em um mata-burro e eu não conseguia tirá-lo. Passou uma camionete, parou, e de dentro saíram o motorista e um jovem – que depois vim saber que era seu filho – e me ajudaram a tirar o carro. Outra atitude bondosa.

Já fui favorecido pela bondade alheia em diversas ocasiões. Isso me predispõe a ser bondoso também. Meu pai costumava me dizer: “Nunca perca a oportunidade de fazer o bem, mas o mal por preço algum!”.

 

O padre Geovane Saraiva relata a história de Santo Antônio e de sua extremada bondade. Certa ocasião o Santo foi pregar em uma cidade, mas as pessoas não apareceram para ouvi-lo. Ele então ministrou o seu sermão para os peixes:

“Tudo aconteceu em uma cidade italiana que estava nas mãos dos descrentes e, com a chegada de Santo Antônio àquele lugar, sabedores das virtudes do grande arauto do Evangelho conclamam toda a comunidade a uma reação: ‘Vamos isolá-lo através de um ambiente de silêncio, nas expressões de indiferença'.” E assim sucedeu. Antônio não encontrou ninguém favorável a ouvir a palavra de Deus: igrejas vazias, praças desertas e uma absoluta neutralidade e desamor.

“O amor de Deus abre corações e mentes, nos apelos por uma viva esperança, luz que resplandece nas trevas, tão visível em Santo Antônio! A criatura humana é chamada a experimentar esse amor, comprovado de muitos modos e em variadas circunstâncias, aqui, no convite de Santo Antônio: ‘Venham, vocês, peixes, a ouvir as palavras de Deus, já que os homens arrogantes não se dignam a ouvi-la!’. E logo surgem centenas ou milhares de peixes, dispostos a escutar sua alocução de louvor e profecia.”

Carlito Paes, pastor da Igreja Batista, diz o seguinte sobre a bondade: “Deus fez você com um propósito. Quando você vive da maneira que Deus pretende que viva, você se sente bem. Sua vida torna-se significativa – mas qual é a coisa boa para a qual Deus fez você? ‘Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos’ (Efésios 2, 10). Todos são salvos por meio de boas obras; somos salvos para as boas obras – o estilo de vida do cristão é o de bondade”.

Hoje mesmo, na rua, passei por uma moça que tinha escrito em sua blusa: “Love is the answer” (O amor é a resposta). De fato, o amor é a resposta e, ao praticá-lo, estamos cultivando o propósito máximo de nossa vida que é a bondade.  Quem sabe um dia poderemos dizer e viver, como São Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim!” (Gálatas 2, 20).

 

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