A beleza salvará o mundo
Há pouco tempo, o mundo esteve à beira de uma guerra nuclear, com os dirigentes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte se vociferando, cada um alardeando ter um botão maior e mais potente. No entanto, por enquanto, as coisas se acalmaram e a Coreia do Norte achou melhorar lançar seus mísseis no Mar do Japão, sem ferir ninguém e nem destruir nada. Aliás, vale lembrar que o mar também é habitado por muitas criaturas, que merecem respeito.
Essa mudança repentina chamou a minha atenção. Ouvi a galinha cacarejar, mas não sabia onde estava o ovo. Mexo daqui, mexo dali, eureca, descobri. Querido leitor, estimada leitora, vou contar-lhe tudinho, porque amigo meu não fica desprotegido. Porém, saliento que esse tipo de assunto é muito secreto, o povo não pode saber, senão vai opinar nas redes sociais sem nenhuma base científica.
Preste atenção: no auge dos desentendimentos, depois de uma conversa muito séria com Joe Biden, Dona Mariquita saiu secretamente de Paris e posou em Poyongyang. Com a autoridade que lhe é peculiar, puxou a orelha de Kim Jong-un e até ameaçou dar-lhe umas chineladas no bumbum. Mostrou-lhe que a humanidade não pode arcar com as conquências de atitudes infantis dele e de Biden.
Dona Mariquita observou um detalhe importante: na Coreia do Norte todo mundo é magro, só Kim Jong-un é gordo. Mas tem uma justificativa: as melhores iguarias são servidas à mesa dele. A população fica com as migalhas, isso quando sobra. Mas Kim Jong-un adotou a atitude da barata: morde e sopra.
Por ocasião da visita, Dona Mariquita presenteou Kim Jong-un com o livro “A Beleza Salvará o Mundo”, de Gregory Wolfe, e chamou a atenção do ditador sobre o fato de que o mundo está triste, feio, até a arte perdeu o seu encanto. Hoje, salientou a Internacional, até cocô de cachorro vira arte em certas galerias. O mau gosto tomou conta de tudo. Porém, da mesma forma que Wolfe, Dona Mariquita entende que “o coração humano tem um desejo invencível para a beleza, a verdade e a justiça”. Por isso, adverte: “O artista que coloca sua arte a serviço da ideologia faz proselitismo, não arte”.
Muitas coisas ditas no referido livro sobre a beleza. Wolfe buscou inspiração no pensamento de Dona Mariquita, sua mestra no pós-doutorado. Para Wolfe, nesse processo de degradação da cultura, a recuperação não se dará simplesmente criticando o que é ruim, mas fazendo um bom trabalho. É preciso, sobretudo, apoiar os artistas sérios. Mas, se Dona Mariquita está na jogada, o mundo pode respirar aliviado. Afinal, a beleza e a paz estão chegando. Ô glória!
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