Índice de consumo dos lares mineiros varia 5,55% em julho

Desempenho do segmento da região Oeste é superior ao Estado no fechamento do primeiro semestre

 

 

Da Redação

O Índice de Consumo dos Lares Mineiros, no mês de julho, segundo pesquisa da Associação Mineira de Supermercados (Amis), que mede a variação do consumo no setor em todo o estado, apresentou variação positiva de 5,55% em relação a junho. O resultado teve forte impacto no calendário, de 31 dias contra 30 e a base baixa (0,02%) em junho. Outra justificativa é que em junho ocorre o feriadão (Corpus Christi), quando boa parte dos consumidores, principalmente nas cidades maiores, viajam para fora do estado.  

O presidente-executivo da Amis, Antônio Claret Nametala, comenta sobre o impacto do calendário na demanda no setor.

— Em julho, tivemos a ocorrência, pouco frequente no calendário, de cinco finais de semanas cheios, com cinco sextas, cinco sábados e cinco domingos, e estes são os dias de maior demanda nas lojas do setor; seja porque o consumidor aproveita o dia de folga para fazer as compras, ou se preparando para os encontros do final de semana em casa, um hábito acentuado com a pandemia e que se mantém forte, elevando a procura nas lojas nesses dias — explica.    

Números 

 Na comparação de julho de 2022 com o mesmo mês de 2021, a variação do consumo ficou em 7,79%. No acumulado de janeiro a julho, o Índice de Consumo fechou em 7,83%. Os números estão deflacionados pelo Índice de preços ao consumidor (IPCA) levantado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Claret, o crescimento na demanda sobre o ano passado, tanto na comparação mensal, quanto no acumulado, está ligado à recuperação da economia de forma geral, com a redução do desemprego.   

 No segundo trimestre deste ano, a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, ficou em 9,3% no Brasil, frente os 14,2% apurados no mesmo período ano passado.

— Leva-se em conta também os recursos como a liberação de saque de parte do FGTS, a antecipação de parte do 13º Salário aos aposentados e os auxílios pagos em programas sociais, principalmente, do governo federal. Esses recursos representam o acesso ao consumo para muitas famílias, especialmente, de itens da cesta básica — afirma Claret.   

Melhor desempenho

O desempenho do segmento em Minas Gerais é superior ao nacional (7,84% x 2,20%) no fechamento do primeiro semestre. O presidente-executivo da entidade explica que, historicamente, o setor supermercadista mineiro puxa para cima a média do País.  Essa pujança pode ser explicada por fatores diversos. As empresas mineiras têm se destacado em crescimento no atendimento à população com forte expansão em serviços e em pontos de vendas por todo o estado.    

— O setor supermercadista mineiro tem evoluído muito nas últimas décadas. A competitividade entre as empresas é muito grande. Eu sempre digo que concorrência tem que gerar competência, e é o que temos acompanhado um setor forte, muito focado em qualidade, atendimento e prestação de serviços. — analisa Claret.   

Além disso, conforme ele, a economia mineira sobressai na geração de emprego, o que garante esse acesso ao consumo. A pesquisa da PNAD Contínua do IBGE, referente ao segundo trimestre, confirma isso. A taxa de desocupação em Minas Gerais foi de 7,2% frente aos 9,3% da média nacional. Neste mesmo período do ano passado, a média em estadual ficou em 12,6%, e a nacional em 14,2%.   

Regiões

Analisando a variação regional do Índice de Consumo no acumulado até julho, verifica-se melhor desempenho na região Sul. A explicação está em dois fatores principais: a base baixa de comparação do ano passado, e alguns supermercadistas pesquisados atribuíram também ao aquecimento da economia de forma geral na região motivada pela colheita do café. Mesmo com a mecanização, a atividade ainda exerce forte influência na geração de renda em muitos municípios. Outras regiões também apresentam base baixa de comparação, mas sem o fator da geração de empregos sazonais.    

— A região Centro-Oeste, neste período, no ano passado, estava negativa em 1,03. Sendo que agora, em igual período passou para 9,95 positivo, com média superior a do estado que fechou em 7,83. E um dos fatores importantes para tamanha recuperação foi a redução do desemprego — analisa.

Mais empregos e novas lojas

Fazendo um recorte do primeiro semestre, a comprovação é de que o setor continua investindo em expansão. Só novas lojas, isto é, excluindo as aquisições, reformas e ampliações, foram 27 unidades abertas no primeiro semestre, outras várias já foram inauguradas em julho e agosto, mas entram na contagem do balanço ao final do ano.   

 

Essas novas unidades, conforme informado pelas empresas, representaram a geração de 2.863 postos de trabalho de forma direta.  O Índice de Consumo dos Lares Mineiros fechou o semestre em 7,84% sobre o mesmo período do ano passado.   

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