‘Lavou as mãos’

‘Lavou as mãos’

Pelo dito por uma servidora da servidora da Secretaria Municipal de Educação em seu depoimento à CPI da Câmara, tudo caminha para que a pasta arque sozinha com as consequências das compras mal feitas de itens para as escolas do Município. No seu desabafo, chegou a dizer  que a parte técnica da Prefeitura “lavou as mãos” referente à licitação de R$ 32 milhões gastos nas compras. Além do mais, conforme revelou, o modelo adotado pelo Município foi inédito para a Secretaria. Mais um motivo para que a decisão fosse bem estudada, elaborada e coletiva. Até porque, quando se trata de decisões que envolvem uma empresa, por exemplo, se um departamento falha, o respingo é geral, em especial no nome dela ou de seus proprietários. Na administração pública não é diferente. Trata-se de um conjunto, envolvendo outras secretarias e que termina no prefeito. E é ainda mais sério, pois se trata de dinheiro público.  De duas uma: ou junta todos os setores responsáveis onde houve a autorização e assumem – não é nada demais, significa sabedoria e humildade – ou frita a secretária. Não há outro caminho. No entanto, se for a segunda opção, a população não vai deixar barato. 

Julgamento técnico 

Se bem que o depoimento da vice-prefeita, Janete Aparecida, à CPI mostrou que o caminho não é esse. Ela ressaltou as qualidades de Andreia e admitiu que teve conhecimento sobre a aquisição dos produtos pela Secretaria de Educação. Mas negou saber em detalhes os preços de cada item. Afirmou que o afastamento temporário da secretária se fez necessário para dar transparência ao trabalho da comissão. Como os outros depoentes anteriores, disse que as compras foram feitas dentro da lei e que, se o julgamento for técnico, e não político, ao fim, a comissão também chegará à conclusão que não há nada irregular. Janete deu a entender que existem algumas pessoas se aproveitando do fato para fazer “politicagem”, o que o próprio prefeito e seu irmão, o vereador Eduardo Azevedo, já haviam afirmado. Que existe, isso é fato, em especial visando outubro deste ano e 2024. O que a comissão não pode admitir é uma coisa atrapalhar a outra. 

Torcida dividida 

E o Plenário na oitiva de Janete, ontem, parecia mais o Mineirão no jogo de Atlético e Cruzeiro. Dividido. Uma parte na frente aplaudia a vice, e a outra, atrás, interrompia e abria faixas em alguns momentos em apoio a Andreia. E a plateia barulhenta, diga-se de passagem, marcou a pausa das oitivas, que serão interrompidas sem prazo para retorno, para que seus membros possam avaliar mais um amontoado de documentos. Agora, só resta aguardar o que vem por aí. 

Merecido 

A Câmara de Divinópolis realizou, na noite desta terça-feira, mais uma edição da tradicional Medalha Candidés. Diversas personalidades e entidades conhecidas já foram contempladas com a honraria. Para receber a homenagem, a pessoa  tem que estar do rol das que contribuíram para o desenvolvimento da cidade. Entre os que receberam nesta terça, destaco uma lutadora que merece muito: Ana Lúcia Santos, ou simplesmente Ana do Soac. Ela foi a escolhida de Wesley Jarbas. Parabéns ao vereador por fazer tão bem a sua escolha. Para quem não conhece a Ana, ela defende “com unhas e dentes” os trabalhadores do setor de costura da cidade.  Tanto na presidência do sindicato que representa a classe ou fora dele. Além disso, é inserida em outras frentes na defesa dos trabalhadores. Inteligente, capaz e articulada é uma grande que fez e faz muita diferença na cidade. Por mais Anas. Quem sabe, assim, outras não teriam sua luta reconhecida e valorizada. 

A honraria 

Criada há 43 anos, a Medalha Candidés é considerada a maior honraria entregue pelo Município e cada vereador tem direito a indicar um homenageado. Foi criada pela Lei Municipal 1509 de 1979. A entrega é realizada tradicionalmente próxima à data do aniversário de Divinópolis, comemorado em 1º de junho. Nestas mais de quatro décadas, sem dúvida, dezenas de pessoas que a receberam contribuíram, cada um do seu jeito, para que Divinópolis fosse o que é hoje: a principal potência do Centro-Oeste e uma das referências em  Minas.  





A Medalha é confiada a pessoas ou entidades em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à comunidade, ou por se destacarem pela exemplar vida pública ou privada. 

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