‘Faltou vontade para acabar o Hospital Regional’, avalia Kalil sobre Zema

Em entrevista ao Agora, pré-candidato critica atual governador e disse que, se eleito, saúde será prioridade

 

 

Bruno Bueno

A visita do pré-candidato ao Governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) a Divinópolis, na última sexta-feira, 15, continua dando o que falar. O ex-prefeito de Belo Horizonte cumpriu agenda no município e, dentre outras visitas, concedeu uma entrevista ao Agora. O político falou sobre diversos assuntos que envolvem a cidade, inclusive sobre o Hospital Regional.

Para o político, faltou vontade ao atual governador de Minas, Romeu Zema (Novo), para terminar as obras do hospital.

— Fez campanha. Prometeu. Eu não estou fazendo isso. Saúde é coisa séria. Saúde não é acabar o hospital. É importante que isso fique claro. Acabar hospital é coisa boba. Não se acabou, apesar de ter o dinheiro ensanguentado da Vale, é porque não tem vontade e não sabe fazer. Faltou vontade dele [Romeu Zema] — disparou.

Hospital

Segundo o pré-candidato, o estudo sobre a gerência do Hospital Regional também deve ser analisado antes de discutir o término das obras, que, em sua opinião, já deveriam estar prontas.

— Nós temos que saber como custear esse hospital. Não podemos mentir. (...) Um hospital desse custa 15, 20, 30 milhões de reais por mês. Não é acabar o hospital, mas, sim, discutir como gerenciar o custeio de um hospital com 400 leitos (...). Temos que tratar a saúde como prioridade e seriedade. Papo de acabar o hospital é balela. Não acabou e não vai acabar neste ano. Não consegue nem com dinheiro em caixa — aponta.

Kalil também falou sobre sua visita ao Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD). No local, ele conversou com a presidente-diretora do hospital, Elis Regina. 

— Eu estive no Hospital São João de Deus. Conversei muito com a Elis, que é a CEO, para escutar o que ela esperava do Hospital Regional. Perguntei se ela queria um hospital de porta aberta ou porta fechada, ou seja, só alta complexidade ou se o próprio HSJD precisaria de ampliação e de fazer dois hospitais de porta aberta. Isso é conversa séria de saúde. Eu já abri hospital e sei quanto custa. Nós abrimos um hospital na minha gestão com 455 leitos em Belo Horizonte e construímos, a cada dois meses de administração, um novo centro de saúde — falou.

Pesquisas

Mesmo atrás nas pesquisas de intenção de voto em comparação a Zema, ele se mantém confiante para uma possível eleição ao cargo máximo do Executivo no estado.

— Acredito em pesquisas. Todas as pesquisas eu tenho uma boa notícia. Onde nós dois somos conhecidos, eu ganhei a eleição. O meu trabalho é me tornar um pouco mais conhecido. Quero mostrar para o povo de Minas, do Vale do Mucuri, do Jequitinhonha, do Sul, do Norte, do Centro-Oeste, quem é Alexandre Kalil. O que ele fez — pontua.

O ex-prefeito de Belo Horizonte reforçou sua parceria com o ex-presidente da República e pré-candidato ao cargo, Lula (PT).

— Vai chegar uma hora que todo mundo vai ligar para BH e se informar como está a saúde, educação, como se cuidou das estruturas, como se cuidou da cidade etc. A minha batalha não é muito hercúlea. Simplesmente estou aqui. Sou Alexandre Kalil, faço assim, sou assim, estou com o presidente Lula. Ele está comigo, eu estou com ele. Eu quero levar essa mensagem pro estado — enfatiza.

No entanto, esclareceu que sua pré-campanha está voltada em evidenciar o que foi feito na capital do estado e como isso poderia ser aplicado em Minas Gerais.

— Mostrar e comparar o que foi feito na cidade de Belo Horizonte, que é uma cidade-estado. 33 milhões arrecadam mais do que muito estado no Brasil. E o que foi feito em Minas. Não queremos agredir. Queremos uma comparação do governo atual com o governo da Prefeitura. Só isso que eu quero que o povo de Minas avalie com calma. Nós temos tempo para avaliar — esclarece.

Mudanças

Questionado pela reportagem, o político respondeu o que faria de diferente na gestão de Minas Gerais. Para ele, a população mineira não enxerga melhorias na gestão de Zema e carece de novas personalidades à frente do poder.

— [Eu] Tomaria conta. Não concordo com o abandono. Eu acho que nós temos que cuidar em todos os sentidos, todos os dias. A pergunta por onde passo é simples e objetiva. O que foi feito para Divinópolis no atual governo? Chego em Juiz de Fora e repito a pergunta. Teófilo Otoni e outras mais. Vai todo mundo gaguejar, a não ser que tenha feito. Se duplicou uma estrada, fez um hospital, aí nós vamos poder conversar e ver quem fez o que e como fez — salienta.

Ele também destacou o trabalho realizado em BH, que, na sua opinião, serviu de modelo para outras capitais do país.

— Nós temos que tomar cerveja, comer picanha, viajar. Não podemos deixar 30 milhões de pessoas dormindo sem saber o que vai comer, incluindo 10 milhões de crianças. Isso tudo é muito importante, principalmente saúde. Distribuímos seis milhões de cestas básicas em Belo Horizonte. Alimentamos com 15 milhões de refeições para a população. 1.500 kits de saúde. Vamos brincar de “tem que cuidar dessa gente”. Não pode ser feito do jeito que está sendo feito — destacou.

 

Zema

 

O pré-candidato também rebateu uma fala atribuída ao governador Romeu Zema. O político teria dito que projetos importantes do governo foram travados por deputados da oposição com consentimento de Kalil.

 

— Meu consentimento? Eu sou prefeito de Belo Horizonte. Não tive a menor interferência na ALMG e nem no estado. Se eu tivesse tido interferência, o estado não estaria tão abandonado como está. É um delírio absoluto falar que eu estou entrando em briga de governador com a Assembleia. Vamos falar do que foi feito. Do que ele fez na saúde, do que eu fiz na saúde etc. — afirmou.

 

Ao fim do bate-papo, Kalil ressaltou por que deseja ser governador e reforçou a importância de cuidar da população mineira. Também criticou a polarização de esquerda e direita que, em sua opinião, atrapalha a política no país.

 

— É simples assim. Não vamos falar do passado porque ele vai virar passado. Eu quero ocupar uma cadeira que está vazia e que precisa de um governador para governar o segundo estado desse país. (...) Nós temos que tirar esse povo da fome e cuidar de gente, da estrutura e da saúde. (...) Se a direita for alimentar o povo, ótimo. Não alimentou até hoje. Não é a esquerda que alimenta, é quem tem consciência, empatia e humanidade — disse.

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