“Estão perdendo a noção”, avalia presidente sobre desrespeito

Reunião da Câmara foi marcada por interrupções e discussão acalorada de projeto

 

Matheus Augusto

A reunião ordinária da Câmara da última quinta-feira, 23, foi marcada por pedidos por respeito e constantes paralisações. Em uma delas, a vereadora Lohanna França (PV) interrompeu seu discurso para registrar que Diego Espino (PSC) havia, naquele momento, xingado uma servidora da Casa, além de "tentativa de intimidação". Na oportunidade, quem comandava a reunião era o presidente em exercício Israel da Farmácia (PDT). Ele respondeu ter ouvido a ofensa verbal e informou que o caso seria levado à Corregedoria de Ética. Segundos depois, ele precisou intervir novamente para pedir a Espino que respeitasse o pronunciamento da vereadora ou deixasse o Plenário. 

Ao Agora, o presidente da Câmara, Eduardo Print Jr (PSDB) confirmou ter recebido o relato de Israel.

— Eu pedi as imagens da câmera que filmou essa parte do acontecido, perguntei até uma servidora que estava próxima e agora vamos tomar as medidas cabíveis a respeito disso. Creio eu que, nos próximos dias, vamos poder falar um pouco mais sobre — destacou. 

 

Apesar de aguardar a confirmação material, Print crê na veracidade da denúncia.

— Aguardo as imagens e os áudios para ouvir, pois, no momento, eu não estava no Plenário, mas acredito na fala do Israel, em que foi relatado que houve, sim, uma falta de respeito por parte do vereador Diego Espino, novamente na instituição Câmara — citou. 

Caso confirmado, as medidas cabíveis serão analisadas.

— Não estou aqui para passar a mão na cabeça de ninguém. Acho que cada um é responsável pelos seus atos e palavras — disse.

No início do ano, Espino respondeu, inclusive, a um pedido de cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar. 

 

Quando o simples vira complexo

Outra discussão ocorreu quando os vereadores debatiam a abertura de crédito especial na Secretaria de Assistência Social (Semas). De um lado, alguns vereadores pediram o adiamento da votação, que já havia sido prorrogada por uma vez, para melhor análise. Do outro, o clamor era de aprovação ágil para reforçar as ações da pasta. Em determinado momento, Print solicitou que o som dos microfones fosse desligado para dar andamento à reunião, que terminou com a aprovação do mesmo. 

— Durante esses dez anos em que estive presente, é a primeira vez que eu vejo baixar tanto o nível numa discussão de um projeto de suplementação, que é tão simples que acontece rotineiramente praticamente todos os meses aqui na Casa — relatou.

 

Câmara ou escola?

Reuniões turbulentas se tornaram uma constante dentro do Legislativo. Por diversas vezes, vereadores criticaram a atual legislatura, da qual fazem parte, cobraram respeito e registraram casos de ofensas. Para o presidente, alguns parlamentares perdem o senso de direitos e deveres.

— Eu não sou pai de nenhum vereador.  Não estou aqui para fazer educação. Isso é uma coisa que 'vem de berço'. Os vereadores meio que estão perdendo a noção da responsabilidade do ato — criticou.

O vereadora à frente da Mesa Diretora afirmou, ainda, que a população é capaz de não generalizar o desrespeito como um comportamento de todos os edis. Ele também pediu desculpas pelo ocorrido.

— Creio eu, que a população que viu o que aconteceu aqui, ontem, sabe distinguir, e discriminar também, os atos que aconteceram. Fico triste. O que eu posso falar e pedir neste momento é desculpas para a população de Divinópolis, porque, para mim, também foi vexatório o que aconteceu aqui na tarde de ontem.  Uma falta de respeito com os colegas — definiu.

 

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