‘Estamos preparados’, garante secretária de Educação sobre volta às aulas presenciais em Divinópolis

Escolas municipais retornam no próximo dia 4 em formato híbrido, com divisão de alunos e protocolos sanitários; pais dividem opiniões sobre regresso

Bruno Bueno

A espera de pais, alunos, professores e servidores chegou ao fim. Divinópolis retoma, no próximo dia 4 de agosto, as aulas presenciais nas escolas municipais. O retorno, que é opcional, acontece depois de muita preparação das escolas, que precisaram se adequar às medidas solicitadas pela Vigilância Sanitária.

Para esclarecer as dúvidas da população, principalmente de pais que vão enviar, na próxima semana, seus filhos às escolas, o Agora recebeu, na tarde de ontem, a secretária municipal de Educação, Andreia Dimas. A servidora detalhou as medidas estabelecidas para o retorno seguro dos alunos.

Ensino híbrido

Primeiramente, a secretária explicou o funcionamento do ensino híbrido no retorno presencial.

— O ensino híbrido é a intercalação entre o presencial com o atendimento remoto. Os alunos vão para a escola em grupos para garantir a segurança. Não podemos colocar 20 crianças em uma sala. Organizamos seguindo os protocolos e dividimos os alunos em grupo. A média do ensino presencial para o aluno é de dois dias por semana. Quando o aluno não for, ele receberá uma atividade com o conteúdo da aula. Além disso, a escola ficará fechada um dia por semana para sanitização — disse.

A educadora deu mais detalhes sobre as medidas sanitárias que serão tomadas.

— Nós demoramos, mas conseguimos nos adequar. Hoje eu consigo dizer que nossas escolas cumprem todas as exigências da Vigilância Sanitária. Lixeira de pedal, toalha de papel, álcool em gel e aferição de temperatura estão entre as medidas. Além disso, toda escola terá uma sala de isolamento caso o aluno sinta algum mal-estar — explicou.

Os alunos que vão retornar devem estar com o cartão de vacinas atualizado e portar declaração comprovando que a criança está em dia com os imunizantes.

Padrão

Ainda segundo a secretária, todas as escolas devem seguir um padrão estabelecido pelo Município.

 — Todas as escolas têm uma diretriz. Nós elaboramos um plano de retorno, então a organização é a mesma para todas. Apenas o dia de sanitização das escolas que possuem transporte escolar podem ser alterados — informou.

Andreia também enfatizou que o Município e as escolas estão prontos e preparados para receber os alunos com segurança.

— Estamos preparados para garantir a maior segurança possível. É claro que o mundo ainda não está seguro, mas podemos dizer que as escolas serão um espaço que seguirá todos os protocolos estabelecidos. Seremos extremamente cuidadosos e rígidos para que tudo saia como esperamos — enfatizou.

E os alunos que não forem?

A secretária também explicou os procedimentos adotados caso o aluno ou seus pais não queiram ou não se sintam seguros para a volta das aulas presenciais.

— Os alunos e os pais têm direito de fazer a opção pelo remoto. Eles vão receber a mesma atividade que foi aplicada presencialmente em casa. Uma vez por semana, o professor ficará disponível para tirar as dúvidas do aluno remoto, enquanto nos outros quatro dias ele atenderá presencialmente — explicou.

Por fim, Andreia destacou a importância do retorno para a educação de Divinópolis.

— Esse retorno é muito importante. O ensino remoto não atinge a intervenção pontual que o aluno presencial. Assim que a família se sentir segura, é fundamental esse retorno. Já tem muito tempo e eles sentem falta — disse.

A favor

O retorno dividiu opiniões de pais dos alunos. Gilvana Dolher, diretora financeira, contou que o ensino remoto prejudicou a alfabetização do seu filho Enzo, de seis anos, e afirma se sentir segura com o retorno.

— A alfabetização dele foi muito prejudicada com as aulas on-line. Além disso, ele está entediado, precisa sair. Confio que os protocolos sanitários serão cumpridos e por isso estou segura de deixar ele ir — afirmou.

Contra

Mesmo com as afirmativas da Prefeitura, nem todo mundo se sente seguro em deixar os filhos retornarem às aulas presenciais. Kelly Santos, assistente social, afirma ainda temer a pandemia e não pretende autorizar o retorno de seu filho Henrique, de 8 anos.

— Sei dos protocolos, mas não me sinto segura. Pode ser apego de mãe, só que ainda não acho que é a hora certa. Vou continuar ajudando ele com o ensino remoto até que a situação melhore. Não julgo quem está deixando o filho ir, mas é algo muito pessoal. Eu tenho muito medo que aconteça algo com ele — disse.

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