Vírus afeta a economia

Eller Vespúcio

Os efeitos negativos do coronavírus atingiram o coração da economia mundial.

Indústrias chinesas paralisaram a produção e interromperam o fornecimento de insumos e produtos e, com isso, tivemos a parada de diversas indústrias no mundo. Além disso, o coronavírus causou a descontinuidade do turismo, com queda das cotações das empresas de turismo e de aviação. Diversos eventos coletivos, como jogos e Fórmula 1, serão realizados sem a presença de público.

O Brasil sentiu as consequências. Pararam as indústrias dependentes de insumos importados (eletrônicos, ar-condicionado etc.). Pânico do contágio (corrida para compra de álcool gel e máscaras). Tombo da cotação das ações e disparada do dólar. Diminuição das perspectivas de crescimento econômico.

Infelizmente, no Brasil, temos um vírus pior, letal à moral e às instituições. Ele habita a língua das atuais autoridades públicas, que deveriam dar o exemplo de postura e se pronunciar para acalmar o mercado. No entanto, agem como agitadores ao falar, como o ministro da Economia, Paulo Guedes (chamado de “Posto Ipiranga”), ao louvar o aumento da cotação do dólar, ao chamar os servidores públicos de “parasitas”, elogiar a ditadura, afrontar as instituições etc., ou o chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno, ao acusar o Congresso Nacional de fazer chantagem contra o governo. Essas atitudes desestabilizam as instituições, geram insegurança e afugentam os investidores. Quando as autoridades públicas não estão dispostas a fazer pronunciamentos construtivos, deveriam honrar o posto e evitar o vexame de dar mal exemplo para o povo.

O auge da falta de respeito, no dia 4 de março, na cobertura da saída do Palácio da Alvorada, em mais um ataque aos meios de comunicação, foi Jair Bolsonaro ter apresentado um ator vestido de presidente para distribuir bananas aos jornalistas.

Melhor seria o presidente pecorrer as ruas brasileiras, principalmente nas capitais, quando constatará a desigualdade social (aumento dos pedintes, prostituição etc.). Esse é o mundo real, não demonstrado em muitas estatísticas.

No dia a dia, vemos o povo trabalhar, viver, apesar dos impropérios ditos por políticos.

É difícil entender a razão de tantas bizarrices. O atual governo tem o discurso de ser liberal, pelo qual se prega um Estado enxuto. No entanto, criticaram a aparelhagem do Estado pela esquerda e agora brigam para também aparelhá-lo, ou seja, nunca foram contra o aparelhamento. Formam um governo de extrema direita e sempre desejaram ocupar essas funções. Além disso, muitos dos atuais titulares não detêm os requisitos para exercer a função, pois não foram escolhidos por critérios meritocráticos, e sim por serem amigos do “rei”.

Não precisamos de conversas improdutivas. Basta trabalhar mais, apresentar resultados, retirar o nosso país do crescimento medíocre (Pibinho).

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