Vida

“VIDA”

 

Olá! Bom dia! Ao iniciar esta breve reflexão de hoje, pensei em como tem sido difícil, a cada dia, dizer com o coração cheio de confiança, a frase: ‘Bom dia!’. Cada vez parece ser mais difícil acreditar em um dia bom (mas, ao dizermos ‘bom dia’, estamos desejando que o dia seja bom). Ainda parece mais difícil acreditar em dias melhores. Esse sentimento tem alimentado a mentalidade coletiva e esvaziado a esperança e força para viver. Parece impossível acreditar na vida, quando a vida não parece ser a melhor alternativa. Talvez, esta seja uma razão (dentre muitas) para o número cada vez maior de pessoas que tiram a própria vida. Para um número crescente de indivíduos, a vida não faz sentido. Nem dá sentido para que haja luta por ela. A vida talvez não seja boa em argumentar sobre si mesma e demonstrar seu valor.

Porém, quero falar do valor real da vida. Se alguém se pergunta: por que devo manter a vida? Penso acreditar que por alguns motivos. Talvez, faça sentido para você também. Talvez, sejam motivos de fé. Mas, como viver sem fé pode ser mais fácil? Prefiro a fé à desesperança! E, em minha esperança, vejo razões para acreditar na vida. Ainda que o quadro dos dias atuais sejam desalentadores.

Por que viver? Acredito que a principal razão seja: porque a vida vale mais! Isso soa como um jargão ou uma propaganda de investimentos financeiros lucrativos. Mas não é um jargão vazio – a vida realmente vale mais.

Chego a essa conclusão olhando para Deus e sua motivação em enviar Jesus ao mundo. Vejo que, ao dar o seu próprio Filho para que o homem alcance a salvação, Deus fez um alto investimento, dando o que havia de mais precioso. A meu ver, isso aponta o alto valor da vida. Não se dá alto preço por algo sem valor!

Penso ser relevante o fato de Jesus apresentar-se como “a ressurreição e a vida” (João 11.25). Se nada se compara a Deus, se Deus é o que há de maior valor no Universo visível e invisível, conhecido e desconhecido (e o é!), e se Ele é “a vida”, então, nada pode valer mais. Percebo que aproximar-se de Deus é encontrar vida, visto que Ele é a própria vida.

Compreendo que na afirmação de Jesus, ao dizer: “dou a minha vida para tornar a tomá-la” (João 10.17), Jesus aponta para o entendimento de que a vida não deve ser desvalorizada. Mas, por ter alto valor, Ele a retoma, não despreza. Não se abandona algo de tão grande valor!

Percebo na promessa do Cristo (direcionada aos que combaterem nesta vida de maneira digna) que receberão como prêmio a vida eterna, o apontamento para a vida como bem maior, o prêmio mais especial, a dádiva mais preciosa a ser dada ao homem. Deus não prometeu riquezas, tampouco coisas. Ele prometeu o que vale mais – a vida. Ninguém enfrenta grandes lutas por um pequeno prêmio!

Olho para a promessa de Jesus: “vim para que tenham vida” (João 10.10), e percebo um direcionamento para o alvo do ministério de Jesus – trazer vida, produzir vida. Ou seja, seu maior propósito nesse mundo foi valorizar a vida. Deus não realiza pequenos propósitos! Se veio para dar vida é porque o valor da vida é maior!

Acredito que, ao enfrentar a morte para vencê-la e ao afirmar que o último inimigo a ser vencido era a morte (1 Coríntios 15.26), Jesus apresenta-se como opositor daquele que é agente contra a vida – o diabo. Que, segundo o próprio Senhor Jesus, tem como essência e vocação: “roubar, matar e destruir” (João 10.10). Entendo, a partir desse apontamento, que a morte é inimiga de Deus, visto que Deus é a vida.

Compreendo então que o cristianismo aponta para duas vocações do homem, que são reflexo da imagem e semelhança de Deus impressa no homem na sua criação: o homem é vocacionado à coragem e não ao medo; o homem é vocacionado a ser eterno e não efêmero.

Talvez, a vida não seja o que é ruim, mas a forma como tentamos vivê-la (distantes do amor, distantes da caridade, distantes da verdade, distantes da vocação de replicar comportamentos que Deus nos ensinou e, principalmente, distantes de Deus).

Talvez, a vida não seja o que é ruim, mas tentar vivê-la para ter coisas, amar coisas, batalhar por coisas, como se fossem mais importantes. Em lugar de amar as coisas e usar as pessoas, deveríamos amar as pessoas e usar as coisas.

Talvez a vida não seja o que é ruim, mas viver sem o conhecimento de que há saída e esperança bem perto, advinda do amor e infinita misericórdia de Deus.

Uma coisa sei: que a vida não tem o valor que você atribui a ela. A vida tem o valor que Deus dá a ela.

Deus luta por você e acredita na sua vida. Deus te ama! Acredite: a vida vale mais!

 

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